São Paulo, segunda-feira, 10 de janeiro de 1994
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Rush revisita seu virtuosismo instrumental em novo trabalho

HÉLIO GOMES
DA REDAÇÃO

Um novo disco do Rush, a essa altura do campeonato, não significa exatamente novidade. Depois de duas décadas de estrada é claro que a identidade musical de qualquer banda –o Rush em especial– está mais que definida. O que os fiéis fãs da banda vão encontrar em "Counterparts" é o de sempre: virtuosismo instrumental, letras sobre mitologia e ficção-científica e rocks gordos. Resumindo, não há surpresas, mas o disco é bom de se ouvir.
Também não é surpresa ficar de queixo caído com Neil Peart. Dividindo o título de maior baterista de sua geração com Stewart Copeland (ex-Police), Peart é absolutamente perfeito. Ele abre o disco com a pequena introdução de "Animate", uma canção típica do power trio canadense. Na instrumental "Leave That Thing Alone" o batera arrasa seu instrumento, enquanto Alex Lifeson e Geddy Lee passeiam sobre as cordas de suas guitarras e baixos.
Se não bastasse, desta vez Peart assina todas as letras do disco. Devorador contumaz de livros –ele diz que são três ou quatro por semana–, o homem é fascinado por ficção-científica e simbolismo mitológico. Basta ver os títulos de algumas faixas para chegar a essa conclusão. Exemplos: "Alien Shore" e "Between Sun and Moon".
O Rush consolidou seu som graças à união entre a forte personalidade de Peart e a eficiência de Lee e Lifeson. O único problema que "Counterparts" evidencia nesse campo refere-se ao guitarrista. Alex Lifeson parece ter parado no tempo, encharcando sua guitarra com os velhos efeitos que usou à exaustão nos 80. Por outro lado, Geddy Lee usa novos timbres em seu baixo e descobre registros vocais diferentes. Apesar dos eventuais escorregões o disco se sustenta até o final. As coisas continuam como estavam.

Título: Conterparts
Grupo: Rush
Lançamento: Warner
Preço: CR$ 5.000 (o CD, em média)

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