São Paulo, terça-feira, 11 de janeiro de 1994 |
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Lula levanta suspeita sobre delegado do caso
CARLOS EDUARDO ALVES
Lula atribui a Guimarães parcialidade na apuração do sequestro do empresário Abílio Diniz, durante o segundo turno da eleição presidencial de 89. "A imprensa noticiou que ele forçou os sequestradores a vestirem camisetas do PT. Agora ele admite a hipótese de crime político quando está claro que foi uma disputa sindical que lamentavelmente foi resolvida na base do revólver", afirmou Lula, que admitiu ter usado carros de som de sindicatos "milhares de vezes". O líder petista anunciou que seu partido vai interpelar judicialmente o prefeito de São Paulo, Paulo Maluf (PPR) e o presidente da Força Sindical, Luiz Antonio de Medeiros, que acusaram ou insinuaram a participação do PT no assassinato de Júnior. "Não vamos permitir que pessoas como Maluf e Medeiros tirem proveito do cadáver de um sindicalista com objetivo político", disse Lula. O virtual candidato petista à Presidência da República não limitou aos dois desafetos a lista dos que podem ser alvo de processos. "Não vamos permitir que qualquer ave de rapina jogue nas costas do PT um crime que aconteceu por uma disputa interna no sindicato", afirmou. A assessoria jurídica do partido estuda declarações do ministro da Justiça, Maurício Corrêa (PSDB), e do ex-governador paulista Orestes Quércia (PMDB) para ver se ambos também serão interpelados judicialmente. O presidente do PT lamentou a morte de Cruz na "guerra fraticida" que segundo ele existia no sindicato que era dirigido pelo autor das denúncias sobre o uso da máquina sindical em favor dos petistas. "Conhecia as divergências internas do sindicato, mas nunca participei de qualquer negociação entre os dois grupos", declarou o candidato do PT, que acrescentou desconhecer qualquer esquema de desvio de recursos sindicais para as campanhas petistas, como denunciou Cruz: "Nunca soube de esquema e duvido que isso tenha acontecido". Lula acha que sua liderança nas pesquisas sobre sucessão presidencial é que está desencadeando o tiroteio sobre o PT. "Se eu tivesse 3% nas pesquisas, esse crime passaria despercebido", disse. O líder petista disse ainda que consideraria "ridícula" uma convocação para depor no inquérito. "Ninguém citou o meu nome no caso', afirmou. "O Medeiros tem um problema de sanidade mental e o Maluf quer evitar que o caso Paubrasil volte à tona através das declarações contra o PT e a favor da CPI da CUT", disse Lula. Texto Anterior: Cícero quer assumir sindicato Próximo Texto: Sindicalistas contestam petista Índice |
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