São Paulo, quarta-feira, 12 de janeiro de 1994
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Procuradoria vai investigar cheques da OAS

CLAUDIO JULIO TOGNOLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O procurador da República Francisco Dias Teixeira, de São Paulo, vai pedir até o final desta semana que o Banco Central (BC) faça um rastreamento nas contas da construtora OAS. Há indícios de que a empreiteira depositou US$ 1 milhão na empresa Paubrasil, para financiar a campanha eleitoral de Paulo Maluf (PPR), prefeito de São Paulo.
O procurador recebeu do deputado federal Luiz Gushiken (PT-SP) cópias de 20 cheques da OAS. Os cheques emitidos pela empreiteira, entre o final de 1992 e o início de 1993, são da agência do Banco do Brasil de Botucatu (225 km a noroeste de São Paulo). Segundo o deputado petista, o lote de cheques teriam sido resgatados pela Paubrasil na agência do Banespa do Jardim América (zona sul de São Paulo).
A Folha procurou ontem a sede da construtora OAS, em Brasília, para ouvir a versão da empresa no caso. A informação transmitida, às 18h30, foi de que o assessor Sérgio Chacon iria se manifestar somente hoje sobre o assunto.
O procurador Francisco Dias Teixeira, com o rastreamento do BC, deve intimar novamente o pianista João Carlos Martins, dono da Paubrasil, para saber o porquê do depósito de US$ 1 milhão nas contas de sua empresa.
Os procuradores Dias Teixeira, Mário Bonságlia, Luiza Cristina e Marcelo Moscogliato, que também acompanham o caso, passaram o mês de dezembro recebendo informes do BC sobre as movimentações financeiras entre a Paubrasil e o Banco Sistema, que teriam sido coordenadas por Flavio Maluf, filho do prefeito de São Paulo.
Os procuradores vão dedicar o mês de janeiro revendo todo o caso e esperam que o delegado da Polícia Federal Eldo Saraiva Garcia, presidente do inquérito, retorne de férias, no final do mês.
A partir do requerimento de Dias Teixeira, o BC deve enviar às agências do Banco do Brasil e do Banespa uma equipe de auditores para verificar se as informações do deputado Gushiken são verdadeiras. (Claudio Julio Tognolli)

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