São Paulo, quarta-feira, 12 de janeiro de 1994
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Mãe culpa médicos por morte de filha

Bebê morreu oito dias após nascer

DA REPORTAGEM LOCAL

Amanda Melchior Gonçalves nasceu às 18h50 do dia 15 de dezembro na Maternidade Vila Nova Cachoerinha. Morreu às 23h30 do dia 23. O atestado de óbito acusa morte por septicemia –infecção generalizada.
A mãe, a caixa de supermercado Gina Melchior, 23, foi avisada que Amanda não estava bem no dia 18.
"Ela estava na incubadeira porque nasceu com sete meses e meio. Mas era esperta e cheia de vida. Naquele dia ela tinha a cabeça raspada e uma agulha de soro. O médico me disse que Amanda estava com infecção hospitalar."
Gina conta que todos os dias ia à maternidade para tirar leite e ver a filha. "No dia 23 eu saí de lá às 9h30 da noite. Quando voltei no outro dia, disseram que ela tinha morrido na noite anterior. Nem me avisaram. Eles (os médicos) são culpados pela morte de minha filha."
Gina mora numa rua lateral ao hospital. Vive com a sogra Alzira Gonçalves, 55, que preparava a casa para a primeira neta. O berço e o carrinho já estavam prontos. Foram trocados por uma geladeira. O pai, o bancário Delfino Gonçalves Júnior, 21, está fazendo um jardim no túmulo do bebê.
"Tudo que restou da Amanda foi a boneca que Delfino comprou", diz Gina.
No mesmo bairro mora Keli Cristina Gonçalves Nascimento, 19. Keli teve gêmeos no dia 14 de dezembro na mesma maternidade. Um dos meninos, Dorivaldo, morreu às 10h30 do dia 27, também de infecção hospitalar. Deprimida e com dificuldades para cuidar do outro bebê, Keli e o marido Ronaldo Nascimento se mudaram ontem para a casa da mãe. (Aureliano Biancarelli)

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