São Paulo, quinta-feira, 13 de janeiro de 1994
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Aids cresce entre mulheres no mundo

AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O crescimento da Aids entre as mulheres no mundo todo está preocupando a Organização Mundial de Saúde. A entidade estima que existam no mundo cerca de 3 milhões de mulheres infectadas.
O aumento da Aids entre elas significa mais crianças infectadas por transmissão vertical. O vírus é transmitido da mãe para o filho durante a gravidez, na hora do parto ou pela amamentação.
Em São Paulo –o Estado que melhor ilustra a evolução da doença no país– havia em 1985 uma proporção de 43 homens doentes para uma mulher. Hoje a relação é de quatro por uma.
Essa proporção –equivalente a 25%– é bem maior que a dos EUA (12% dos casos são mulheres) e que a do Canadá (5%). Alguns países africanos disparam na frente, com mais de 50% de mulheres entre os doentes.
No Brasil, o crescimento da doença entre as mulheres está particularmente ligado ao uso de drogas injetáveis e ao sexo desprotegido. Segundo técnicos do Ministério da Saúde, é o homem que se contamina por drogas ou relacionamentos homossexuais sem camisinha e que depois passa para a mulher ou namorada.
Segundo dados da Secretaria da Saúde de São Paulo, 48,85% das mulheres se infectaram em relações heterossexuais. Outras 29,8% pegaram o vírus usando drogas injetáveis. De acordo com o Ministério da Saúde, o país tem hoje 43.964 casos de Aids notificados. O número pode ser pelo menos 20% maior. Do total oficial, 18.128 já morreram.
O número de infectados –doentes que ainda não manisfetaram a doença– varia de 500 mil a 700 mil, de acordo com a fonte. O Estado de São Paulo concentra 62,8% dos casos. É preciso lembrar que São Paulo tem menos subnotificações e maior agilidade no registro das notificações. O Estado do Rio está em segundo lugar, com 6.208 casos.

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