São Paulo, quinta-feira, 13 de janeiro de 1994
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Alimentos levam inflação a 39,5%

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

Os preços dos alimentos dispararam em São Paulo, empurrando para cima a taxa de inflação. O Indice de Preços ao Consumidor da Fipe subiu 39,5% na primeira quadrissemana de janeiro –últimas quatro semanas terminadas dia 7 deste mês. O reajuste médio dos alimentos foi de 44,37%.
Ao sentarem à mesa em casa para comer, os paulistanos estão pagando pelo menos 50% mais. Se o prato do consumidor se limitar a arroz, feijão e bife, o aumento médio foi de 52%. Se a opção for por carne de frango e ovos vai ficar ainda mais pesado para o bolso: alta de 55%.
Se a refeição for acompanhada por uma salada de tomate e de alface, o custo vai ser maior ainda, uma vez que estes produtos tiveram elevação de 82% no período.
Fugir para o consumo de macarrão não resolve. A alta do produto foi de 48,44% e os complementos para seu preparo estão com variações próximas a esta taxa.
A pressão dos custos não se restringe ao almoço e jantar, mas começa logo de manhã. O café da manhã ficou pelo menos 46% mais caro nas últimas semanas. O café moído e o pão francês –os mais comportados– estão com alta de 40,5% em 30 dias, enquanto a manteiga subiu 47% e o açúcar, 56%.
O aumento da alimentação foi generalizado, mas as altas dos produtos industrializados foram as menores: 40,59% em média. Derivados de leite (32,23%), derivados de carnes (28,67%) e chás (36%) seguraram a média de evolução no setor.
A taxa de inflação foi puxada, ainda, pela aceleração de preços no setor de despesas pessoais (mais 42,8%). As maiores pressões vieram de cerveja (51,61%), cigarros (39,82%) e produtos de higiene e beleza (39,67%).
Os demais itens tiveram reajustes abaixo da taxa média de inflação de 39,5%. Vestuário (31,92%) e habitação (32,78%) tiveram os menores reajustes na quadrissemana. Aluguel (29,46%) e tarifas públicas (34,14%) seguraram a média de evolução dos custos da habitação. O setor de saúde foi reajustado em 38,36% e o de educação, em 38,11%. No setor de transportes os paulistanos estão pagando 37,27% mais nas últimas quatro semanas do que nas quatro anteriores.
Com a aceleração da taxa neste início de janeiro, Juarez Rizzieri, coordenador do IPC da Fipe, espera para o mês uma taxa superior a 40,5%. Os alimentos vão continuar pressionando, mas com menor intensidade. Em fevereiro, a taxa de inflação volta a recuar, segundo Rizzieri.

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