São Paulo, quinta-feira, 13 de janeiro de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Vôo charter decola bem na alta temporada

SIMONE GALIB
DA REPORTAGEM LOCAL

O vôo charter (fretado) definitivamente se incorpora ao mercado turístico brasileiro. Depois de quase dois anos de negociações, o Departamento de Aviação Civil (DAC) autorizou em agosto a abertura da Air Vias, primeira empresa nacional de fretamentos. Inaugurada no último dia 25 de dezembro, a companhia derruba preços e decola bem neste início de alta temporada.
É o turismo aéreo que se populariza, uma estratégia que dá sinais de sucesso em época de inflação galopante. Com pacotes de uma semana –conjugando hotel e avião–, que custam em média 30% a menos em relação à concorrência, a companhia mantém este mês uma ocupação que beira os 100%. Em apenas dez dias, já embarcou 1.800 brasileiros rumo às praias de Maceió, Fortaleza, Natal e Porto Seguro, no Nordeste; e Jamaica, Curaçao e Barbados, no Caribe.
Ancorada por um "pool" de cinco grandes operadoras do país –Ati, CVC, Dimensão, Flot e Mundirama–, a Air Vias traz como diferencial a comercialização de charters durante todo o ano e não apenas nas férias, como ocorria até então no Brasil. Por não ser uma companhia aérea regular, não vende passagem, mas o programa completo, com hotel (categorias três, quatro e cinco estrelas), traslados, avião e passeios.
É claro que vôos fretados têm suas limitações, mas o que anda atraindo os passageiros é o fator preço. A empresa comercializa um pacote completo de uma semana para Fortaleza por US$ 520, cerca de 28% menos do que o oferecido por agências que fretam aviões de companhias regionais.
Para quem tem uma família grande, a economia é expressiva. A passagem aérea de um vôo regular São Paulo-Fortaleza, já com 30% de desconto e sem a taxa de embarque, custava na última sexta-feira US$ 543. Nas viagens internacionais da Air Vias, crianças (hospedadas junto com adultos) têm 70% de desconto –uma semana na Jamaica custa US$ 1.082 (ou 15 de US$ 89); crianças pagam US$ 640. Nos domésticos, o desconto é de 25%.
Segundo José Palandi Jr., gerente de marketing da Ati, o preço cai porque a Air Vias calcula suas tarifas por hora voada e não pelo número de poltronas vendidas, como é a praxe no vôo charter. "Quanto mais o avião voa, mais abaixa o custo", diz. O fato de usar a infra-estrutura do "pool" de agências também barateia custos, ao contrário das companhias aéreas regionais, como TAM e Rio-Sul, que têm encargos maiores, os quais são levados em conta quando seus aviões são fretados.
Todas as viagens da nova empresa de charters são feitas a partir do Aeroporto Internacional de Guarulhos em dois aviões Boeing 727/200 Advance, comprados por cerca de US$ 8 milhões cada em sistema de leasing, que levam 172 passageiros.
Além de utilizar toda a infra-estrutura das operadoras do "pool", a Air Vias contratou cerca de cem novos funcionários, entre pessoal de terra e de bordo. Segundo Carlos Martinez, diretor da Ati, a maioria da mão-de-obra veio da Vasp, Varig e Transbrasil. "São pilotos experientes, com mais de sete mil horas de vôo em 727, que haviam sido demitidos das companhias brasileiras".

ONDE ENCONTRAR: Ati (011) 258-4899; CVC (011) 231-1222; Dimensão (011) 257-8622; Flot (011) 259-4544; e Mundirama (011) 259-5577.

Texto Anterior: Porto de Galinhas beira lotação máxima
Próximo Texto: Varig faz programa de milhagem
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.