São Paulo, sexta-feira, 14 de janeiro de 1994 |
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Motorista afirma que adversário barrou Cruz para levar tiro fatal
CLAUDIO JULIO TOGNOLLI
A frase consta de depoimento de três horas, prestado ontem à polícia pelo motorista José Basílio dos Santos. Ele se converteu na principal das oito testemunhas do assassinato, ouvidas até ontem pela polícia. "Carlinhos barrou Cruz antes que ele fosse morto pwlo Zezé (José Benedito de Souza). Carlinhos disse que a hora do Cruz tinha chegado, e impediu sua saída da sala em que ele foi morto", afirmou Santos. Zezé e Carlinhos eram adversários do sindicalista morto. A versão do motorista desmonta a de Carlinhos, até anteontem a única testemunha do assassinato. "Não impedi a saída dele da sala, falei a verdade à polícia", defende-se Carlinhos. Na semana que vem, os dois serão acareados pelo delegado Nelson Guimarães e a cena do crime reconstituída. "Esse novo depoimento, o mais importante, me leva a acreditar em crime premeditado numa briga interna", disse o delegado. Santos era, há três anos, um diretor do sindicato afastado de seu cargo, a pedido do próprio Cruz –que não queria ter em sua diretoria um analfabeto. No dia do crime, o motorista iria se encontrar com o sindicalista morto para convidá-lo à sua formatura no curso supletivo do primeiro grau. "Ele me pediu para esperar. Aí eu vi tudo. Cruz levou dois tiros quando estava em pé, aí Zezé voltou e disparou mais dois", sustenta o motorista. Laudo pericial da cena do crime, divulgado ontem pela polícia, mostra que Cruz morreu ao lado da mesa –e não em cima dela, como sustentava a versão de Carlinhos. O delegado Nelson Guimarães disse que, com a versão do motorista e com os dados do laudo, pode indiciar Carlinhos sob acusação de co-participação no assassinato. Texto Anterior: Italianos ignoram desvio de verbas Próximo Texto: Silva assume sindicato com ajuda da polícia Índice |
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