São Paulo, sexta-feira, 14 de janeiro de 1994
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Acusado de vender 'erva diet' é preso

RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Decon (Departamento Estadual de Polícia do Consumidor) paulista prendeu em flagrante durante a madrugada de ontem uma quadrilha de cerca de vinte membros que inovou ao praticar dois crimes até agora separados: crime contra a saúde pública, ao venderem pós e pílulas para emagrecer ou engordar – as mesmas – sem registro; e crime contra o consumidor, ao comercializarem esses produtos por correntes. Cada vítima deveria trazer mais seis para comprar um kit vendido por US$ 95. A Segunda Delegacia de Crimes Contra a Saúde Pública estima que nos dois meses que agiram no Brasil os responsáveis pelo logro podem ter arrecadado até US$ 1 milhão.
Os investigadores da delegacia, chefiados pelo delegado Luiz Cláudio Ferreti, participaram de uma reunião de promoção do produto da empresa Herbalife, que se prolongou pela madrugada em um salão do Hotel Bristol. Os responsáveis pela empresa, o britânico Alan Lorentz e o português Pedro Cardoso, foram presos em flagrante, mas soltos depois para responder ao inquérito e eventual processo em liberdade.
A Herbalife – a sigla mistura as palavras em inglês 'herbal' and 'life' ('vida herbácea') – já fez reuniões com os compradores do produto em Recife, Fortaleza e Rio. Em São Paulo, a reunião de ontem era a segunda. 'Agora estamos pegando esse pessoal no começo', diz o chefe dos investigadores Talma de Oliveira Bauer.
Em outubro passado, o Decon fechou a empresa Bio Cosméticos que aplicou um golpe parecido com bolachas cosméticas, mas só depois que milhares de pessoas foram enganadas. O Decon, ajudado pelo Centro de Vigilância Sanitária, também agiu contra a empresa Nature's Cleanser, que vende pílulas para emagrecer com ervas sem o devido registro e sem ação comprovada cientificamente. (RBN)

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