São Paulo, domingo, 16 de janeiro de 1994 |
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'Copa de 58 mudou nossa mentalidade'
ZITO
Até 54 –e aí não vai nenhum bairrismo embutido–, a direção da CBD era excessivamente concentrada no Rio. Para a Copa de 58 houve um planejamento de verdade, a partir de São Paulo, com a chegada do dr. Paulo Machado de Carvalho. Montou-se uma comissão técnica, surgiu a preocupação com uma preparação física mais séria, enfim, aliou-se a técnica inata do jogador brasileiro a um verdadeiro projeto para ganhar na Suécia. Claro que também havia jogadores que desequilibravam. Juntou-se o despertar do profissionalismo com uma geração fenomenal. Mas para se ter uma idéia da importância do dr. Paulo, Pelé só foi convocado por decisão sua. Dificilmente seria se o comando da seleção fosse outro. A Copa de 58 foi um marco. Outra coisa importante: naquela época, o mercado exportador de jogadores era muito restrito. Os bons ficavam aqui, concentrados no eixo Rio-São Paulo. A criação dos Campeonatos Brasileiros dispersou essa concentração, com o crescimento de clubes de outras regiões. Há mais um ponto a destacar. Nos anos 50 e 60, os jogadores tinham um amor à camisa que o profissionalismo puro de hoje extinguiu. Mas uma coisa é certa: Paulo Machado de Carvalho foi fundamental para o sucesso do futebol brasileiro. Ele aliou o talento a uma nova mentalidade. Não fosse ele, a seleção dificilmente chegaria onde chegou. Texto Anterior: Cigarros tiraram De Sordi da decisão; Uniforme azul foi feito em Estocolmo Próximo Texto: Tricampeões ganham carros de presente; Pelé vira soldado após a Copa de 58 Índice |
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