São Paulo, domingo, 16 de janeiro de 1994
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Aspirante cai de pára-quedas no elenco de "Olho no Olho"

MARCELO MIGLIACCIO
DA SUCURSAL DO RIO

Alessandra Negrini, 23, estava de papo para o ar em Visconde de Mauá, um recanto silvestre a 160 quilômetros do Rio, quando foi convidada para ser a mais nova inquilina da Casa de Pagu, o endereço dos teens na novela "Olho no Olho".
As pressas, ela mudou-se de São Paulo para o Rio para ser Clara –a estudante de psicologia que fará par com JC (Rodrigo Pena) na novela das 19h. Além, é claro, da mais nova aspirante ao estrelato da Globo.
A mudança foi repentina e a adaptação difícil. Paulistana típica, Alessandra está no Rio há três meses. Ainda não se situou na cidade nem se adaptou ao ritmo das gravações. "A TV é bem diferente do teatro e do cinema", diz, ressabiada.
A estréia em TV foi no episódio "Era Uma Vez... Teresa", de "Retratos de Mulher" (93). Uma peça, um curta, sete meses no grupo teatral de Antunes Filho e três anos no Indac fecham seu breve currículo.
Antes de resolver ser atriz, Alessandra morou um ano em Pittsburg (EUA) e cursou jornalismo em São Paulo. Os pais preferiam que não tivesse trocado a faculdade pelo palco. "Mas quando viram que não tinha jeito, incentivaram".
Quando foi chamada para ser o mais novo reforço no elenco de "Olho no Olho" (leia texto abaixo), sequer assistia a novela, "por falta de tempo". Sobre Clara, só lhe disseram que seria uma aspirante a psicóloga e flertaria com JC.
Cair de pára-quedas no circo global deixou a aspirante a atriz nervosa. Para segurar a onda, valeu-se de filosofia. "A gente deve seguir o fluxo do rio. Nunca pensei em fazer TV, mas pintou e vou aproveitar. A carreira artística exige que a gente mantenha o equilíbrio dentro dessa instabilidade toda", ensina.
Certas noites, muito distante dos amigos que deixou pelos bares de São Paulo, Alessandra tenta se enturmar no Baixo Gávea, um ponto de encontro carioca que ela compara ao Bixiga. Quando desiste e vai dormir, tem às vezes uma companhia curiosa: Fernanda Montenegro, personagem frequente em seus sonhos.
"Ontem, sonhei que estava com ela numa loja de antiguidades olhando um vestido. Então pensei: estou ao lado da primeira dama do teatro brasileiro", conta.
Planos tem poucos. "Vamos ver o que vai acontecer depois da novela", arrisca, cuidadosa. "O que depende de mim, eu faço, que é dar tudo que posso nesse trabalho".

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