São Paulo, quarta-feira, 19 de janeiro de 1994
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'Síndrome de rejeição' ataca japonesas

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Mulheres japonesas estão rejeitando os maridos que passam muito tempo dentro de casa por terem sido demitidos. Os programas de reestruturação nas empresas, para superar a recessão, provocam esse novo fenômeno, que está causando desequilíbrios familiares. Os especialistas o chamam de "síndrome de rejeição ao marido".
"Algumas recorrem ao psiquiatra, enquanto muitas outras se refugiam no álcool", diz a psicóloga Satomi Sumiva, de Tóquio. Muitas vezes a síndrome acaba em divórcio.
Segundo estudo realizado pela revista "Shukan Gendai", a "doença" afeta sobretudo mulheres entre 30 e 40 anos, que haviam conseguido conciliar os trabalhos domésticos aos cuidados com os filhos ou algum emprego de meio período.
Os japoneses ainda têm em média mais horas de trabalho que os ocidentais, mas o número caiu de 2.500 em 1992 para apenas 2.009 no ano passado. Acabou o tempo em que os homens "se casavam com a empresa" e o marido desaparecia de casa de manhã para só voltar à noite. Para Sumiva, isso colocou as mulheres em crise. Elas vêm reduzidos os pequenos espaços de liberdade que tinham conseguido criar.
A psicóloga acredita que antes de ter sido feita uma mudança tão radical no modelo social, teria sido preciso consultar primeiro as mulheres. Em documento divulgado no início do ano, o governo japonês aconselhou os maridos a darem prioridade à vida familiar diante do trabalho.

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