São Paulo, quarta-feira, 19 de janeiro de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Artista lança livro sobre chacina na Candelária

DA REPORTAGEM LOCAL

A artista plástica Yvone Bezerra de Mello foi a primeira pessoa a ser chamada pelos garotos de rua cariocas que sobreviveram ao massacre perto da Igreja da Candelária no Rio, quando oito foram assassinados no ano passado. Desde 1985 ela está envolvida com eles.
"Depois dessa noite, eu os defenderei contra tudo e contra todos, porque assim quis o destino", escreveu ela agora no livro "As Ovelhas Desgarradas e seus Algozes - A Geração Perdida nas Ruas", publicado pela Editora Civilização Brasileira e lançado ontem em São Paulo na livraria Brasiliense do Conjunto Nacional, na avenida Paulista (depois do blecaute).
Yvone conta no livro seu relacionamento com os garotos e o circo de mídia depois da chacina, quando ela foi transformada em uma espécie de santa (quatro televisões européias farão em breve um documentário com ela, a guatemalteca Rigoberta Menchu e as mães argentinas da praça de Maio).
"Criança não tem que ficar na rua", diz Yvone, para quem existem pessoas interessadas em mantê-las nessa situação, em que meninos são explorados por adultos e eventualmente chacinados por "justiceiros". Ela estima que o Rio tem algo como 800 a 1.000 garotos de rua, "em um país com mais de 35 milhões de crianças pobres".

Texto Anterior: Rio Preto tem oito orelhões magnéticos
Próximo Texto: Mãe de leitor fica sem pensão
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.