São Paulo, quarta-feira, 19 de janeiro de 1994
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Eletropaulo desconhece motivo do blecaute

AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Eletropaulo ainda não sabe o que aconteceu
Empresa investiga causa do rompimento de um dos cabos do sistema Ibirapuera, que alimenta parte da Paulista
Até às 21h de ontem, a Eletropaulo ainda não sabia o que tinha provocado o blecaute que atingiu a maior parte da avenida Paulista. Segundo os engenheiros da empresa, não havia culpas ou culpados identificáveis, pelo menos por enquanto.
Antoninho Borghi, 47, gerente de operações do Centro de Distribuição da Eletropaulo, disse ser a primeira vez que um blecaute com essas características e dimensões ocorre na Eletropaulo.
A região da Paulista é abastecida por três subestações ou sistemas, o Ibirapuera (que entrou em pane), o Augusta e o Brigadeiro. Cada um deles é ligado a transformadores que por sua vez levam a energia aos consumidores.
A ligação entre as subestações e os transformadores é feita por quatro cabos blindados e subterrâneos. Segundo Borghi, os cabos foram instalados na região no início dos anos 70. Por ser mais seguro, o sistema subterrâneo é também o mais trabalhoso quando se trata de localizar problemas.
Quando dois cabos da mesma linha se rompem ou sofrem algum dano, ou outros dois têm condições de manter o abastecimento. Assim que a chave do sistema Ibirapuera desligou-se, às 9h20 de ontem, cerca de 120 técnicos iniciaram uma caça ao problema. Sabia-se apenas que algum dano ou curto-circuito afetara pelo menos três dos cabos.
Segundo Borghi, a primeira providência foi desligar cada um dos 189 transformadores do sistema espalhados por câmaras subterrâneas nas calçadas da Paulista e ruas transversais. "O trânsito engarrafado dificultou o deslocamento do pessoal", disse Borghi.
Com os transformadores desligados, os técnicos passaram a usar um sistema de detecção que, ao lançar uma corrente em baixa tensão, é capaz de identificar onde está o problema.
Os testes, repetidos ao longo do dia, revelaram que três dos quatro cabos estavam perfeitos, o que permitiu o religamento de toda a linha às 16h23.
Segundo os técnicos, um problema semelhante ocorreu dez anos atrás quando uma obra do metrô rompeu três cabos junto à praça Marechal Deodoro (região central). Como o rompimento foi percebido, a religação foi quase imedita. (Aureliano Biancarelli)

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