São Paulo, sexta-feira, 21 de janeiro de 1994
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Sessão pode durar mais de um dia

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O relatório final sobre os parlamentares envolvidos nas irregularidades da distribuição dos recursos públicos será lido e votado pela CPI do Orçamento em sessão aberta, que começa às 9h de hoje e pode terminar apenas na manhã de sábado.
O relatório tem 333 páginas e a leitura vai durar 10 horas. Se a maioria dos 44 integrantes da CPI não abrir mão de usar a palavra na fase das discussões, serão mais 20 horas de sessão única.
O presidente da CPI, senador Jarbas Passarinho (PPR-PA), ficou irritado ao saber que a maioria faz questão de discursar e acusou-os de querer aparecer para as televisões. "Os que querem os holofotes terão os holofotes", afirmou. Passarinho disse que está pronto para "a jornada de 24 horas" e que vai discursar apenas no encerramento da sessão.
O relatório final, elaborado pelo deputado Roberto Magalhães (PFL-PE), tem 333 páginas (23 de apresentação, 30 de explicações sobre o funcionamento da CPI, 30 de recomendações e 250 de enquadramentos de pessoas envolvidas nas irregularidades).
Sua leitura vai durar 10 horas e a tarefa será dividida entre o próprio Magalhães e outros cinco parlamentares, entre eles os deputados Lázaro Barbosa (PMDB-GO), Fernando Freire (PPR-RN) e Roberto Rollemberg (PMDB-SP).
O relatório será votado inicialmente em bloco, sem prejuízo dos destaques. Isso significa que partes do relatório serão votadas separadamente, tornando possível incluir ou excluir nomes da lista de parlamentares indicados para cassação.
Passarinho quer limitar as discussões a quatro deputados e quatro senadores, de partidos diferentes. O deputado José Genoíno (PT-SP) está propondo que todos abram mão de usar a palavra e apresentar destaques, para agilizar a votação e "não pisar ainda mais em quem está por baixo".
A estratégia não recebeu apoio nem do representante do partido de Genoino na CPI. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) disse que vai falar "pelo menos breves palavras". Suplicy quer dizer à nação que está "de alma lavada".
O deputado Luiz Salomão (PDT-RJ) diz que a proposta de Genoíno não tem amparo regimental. O deputado Sérgio Miranda (PC do B-MG) afirmou que não pode abrir mão da palavra, porque é o único representante do seu partido na CPI. O deputado Zaire Rezende (PMDB-MG) pretende usar os oito minutos a que tem direito.
O auditório Petrônio Portella no Senado Federal vai passar por uma varredura antes da sessão da CPI do Orçamento. Todos que entrarem no auditório, inclusive os parlamentares, terão que passar por uma vistoria. Será usado um detector de metais que acusa a posse de armas.

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