São Paulo, sexta-feira, 21 de janeiro de 1994
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Dólar bate CR$ 400,00, mas não se sustenta

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

Os cambistas tentaram arredondar o valor do dólar no paralelo para venda a CR$ 400,00 na abertura dos negócios de ontem. Os juros altos do mercado financeiro estão mais atraentes. O dólar continua com rentabilidade baixa. O resultado é que o dólar para venda foi cotado a CR$ 395,00 no mercado paulista.
Os investidores estrangeiros continuam injetando dinheiro nas Bolsas de Valores. O volume de negócios no primeiro pregão do ano foi de US$ 79,8 milhões. Ontem, o índice Bovespa teve alta de 7,4% e o volume de negócios bateu o recorde anual com US$ 359,34 milhões.
O corretor Raymundo Magliano Filho, presidente da corretora Magliano, diz que os investidores estão confiantes na aprovação do plano econômico do ministro Fernando Henrique Cardoso. Segundo ele, 48% das ações em custódia na Bolsa paulista são de investidores estrangeiros.
Os analistas acreditam que os preços ainda estão baixos nas Bolsas, mas ontem houve momentos mais fortes de realização de lucros. O mercado acabou, no entanto, tendo sustentação pela entrada de recursos externos.
As companhias do setor elétrico continuam brilhando nas Bolsas. Ontem, as ações da Cia. Paulista de Força e Luz ON registraram alta de 16,6%.
O Banco Central havia realizado na véspera operações com taxa/over de 52% ao mês até hoje, por causa do feriado de ontem no Rio de Janeiro.
O mercado do ouro está sendo esquecido como "hedge" (garantia) cambial para momentos de incerteza. O mercado foi substituído por outros segmentos, como o de futuro de taxa de juros (DI).
A Bolsa de Mercadorias & Futuros negociou ontem apenas 1,40 tonelada de ouro. É o menor volume desde 31 de maio de 1993, quando o giro chegou a 1,39 tonelada.

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões renderam, em média, 1,534% no dia 17, projetando um rendimento para o mês de 37,93%. Segundo a Andima, a taxa/over média ficou em 51,99%, correspondente a rendimento diário de 1,73%, projetando rentabilidade de 42,38% no mês. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), as taxas de juros oscilaram entre 52,02% e 52,43% ao mês por um dia.
CDB e caderneta
As cadernetas que vencem hoje rendem 44,2074%. CDBs prefixados negociados ontem: de 7.400% a 7.550% ao ano para 30 dias. CDBs pós-fixados de 90 dias: 18,0% a 21,0% ao ano mais a variação da TR.
Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: de 52,44% a 52,49% ao mês. Para 30 dias (capital de giro): de 7.510% a 7.662% brutos ao ano.
No exterior
Prime rate: 6%. Libor: 3,3750%.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: alta de 7,4%, fechando com 68.967 pontos e volume financeiro de CR$ 146,25 bilhões, contra CR$ 117,23 bilhões no dia anterior. O Indice Senn registrou alta de 6,6%, fechando com 27.441 pontos.
Bolsas no exterior
Londres: alta de 5,0 pontos, fechando a 2.659,3 pontos. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com elevação de 144,52 pontos, fechando a 19.183,92 pontos.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): CR$ 406,975 (compra) e CR$ 406,985 (venda). No dia anterior, segundo o Banco Central, o dólar comercial fechou a CR$ 400,380 (compra) e CR$ 400,390 (venda). "Black": CR$ 390,00 (compra) e CR$ 395,00 (venda). "Black" cabo: CR$ 403,60 (compra) e CR$ 403,70 (venda). Dólar-turismo: CR$ 377,00 (compra) e CR$ 389,00 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: alta de 0,50%, fechando a CR$ 5.025,00 o grama na BM&F.
No exterior
Segundo a "UPI", em Londres a libra fechou cotada a US$ 1,4995, contra 1,4915 no dia anterior. Em Frankfurt o dólar foi cotado a 1,7350 marco alemão, contra 1,7448 no dia anterior. Em Tóquio, o dólar fechou cotado a 111,43 ienes, contra 110,77 no dia anterior. Em Nova York a onça-troy (31,104 gramas) do ouro fechou a US$ 387,50, contra US$ 392,30 no dia anterior.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para janeiro fechou em 43,59%, contra 43,49% no dia anterior.
No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para fevereiro ficou em 85.200 pontos, projetando uma lucratividade de 52,88% ao mês.
No mercado futuro de dólar, a expectativa de desvalorização cambial ficou em 41,33%, contra 41,23% no dia anterior.

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