São Paulo, sábado, 22 de janeiro de 1994
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Hargreaves sai ileso e deve voltar ao governo

DO ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

O relatório do deputado Roberto Magalhães fornece um atestado de idoneidade ao ex-ministro Henrique Hargreaves, que deixou a Casa Civil depois de denunciado pelo economista José Carlos Alves dos Santos como "pessoa de confiança" do deputado João Alves. Inocentado, ele pode agora até voltar para o governo.
Hargreaves foi investigado pela Subcomissão de Patrimônio em relação ao período 1988-92, quando era assessor legislativo do PFL. Foi quebrado seu sigilo bancário e também o de sua mulher. O único valor citado no relatório é o total da movimentaçção financeira do casal nos anos de 1989 e 1990: US$ 156 mil.
"Ao depor perante esta CPMI o ex-Ministro logrou demonstrar a improcedência de todas as acusações que lhe foram proferidas por José Carlos dos Santos", afirma o documento.
Outros ex-ministros
Com respeito à ex-ministra da Ação Social Margarida Procópio, o relatório recomenda que se aprofunde a investigação, no Ministério Público, pois a CPI não pôde "comprovar ligação direta da ex-ministra (...) com o 'esquema' do Orçamento.
O relatório afirma ainda que não foi possível verificar a compatibilidade entre renda declarada e movimentação bancária do casal Procópio, por falta de tempo hábil para quebrar o sigilo bancário de seu marido, Januário Procópio Toledo.
A maior parte das quatro páginas sobre o ex-ministro da Educação do governo Collor Carlos Chiarelli, também relator da CPI sobre corrupção no governo Sarney, se dedica à sua atuação e de sua companheira, Heloísa Calheiros, em favor da empresa Engeconsult na obtenção de obras de prefeituras, "o que ele não conseguiu desmentir em seu depoimento". O documento afirma que "o seu patrimônio e rendas visíveis são compatíveis".
Ex-secretários de Collor
O ex-secretário de Saneamento do governo Collor Walter Annicchino é analisado em uma página do relatório. Annicchino não esclareceu a origem de diversos depósitos em dinheiro feitos em suas contas bancárias. Omitiu bens e rendimentos da Receita Federal.
Ramon Arnus Filho, ex-secretário de Habitação de Collor, também ocupa uma página do relatório. Teve rendimentos não justificados em suas declarações à Receita. Frente às denúncias de superfaturamento na construção de casas populares, disse que a responsabilidade era da Caixa Econômica Federal.

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