São Paulo, sábado, 22 de janeiro de 1994
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Crise implode time e técnico do Santos só promete garra

MARCUS FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

Sob a direção do treinador Pepe, e com a ajuda de antigos craques –o auxiliar técnico Serginho Chulapa, o diretor de futebol Clodoaldo e Pelé no comando das finanças–, o novo Santos estréia hoje no Campeonato Paulista, com vários problemas e sem a maioria dos jogadores que atuaram no torneio brasileiro.
Deixaram o time Ricardo Rocha, Velloso, Almir, Darci, Axel, Lula, Eduardo e Márcio. Ainda não renovaram Guga e Cuca. E o lateral Índio e o zagueiro Júnior só jogam se for firmado um acordo e seguro –seus contratos terminam no fim do mês.
Para o técnico Pepe, que tentou escalar o time dia 11 de janeiro, no primeiro coletivo, as dúvidas são grandes. "Não fosse pelo Santos, eu dificilmente aceitaria o desafio. Não sei como o time vai se portar taticamente", afirma.
Preocupados, os dirigentes escalaram o ex-atacante Serginho para conversar com a torcida. Na primeira conversa com os presidentes das principais torcidas, quarta-feira passada, muitos pedidos de apoio e paciência. "Estamos buscando um voto de confiança", afirma Serginho.
A única promessa feita se resume, até o momento, na palavra garra. Na linha teórica de que, se o Santos não é o maior, também não é o pior, Pepe prevê dificuldades, mas não aceita a idéia de que a equipe possa ser um desastre. "A torcida quer um time que lute em campo e vamos ter", diz Pepe.
Para a maior torcida uniformizada do Santos, a Torcida Jovem (8.900 filiados), a paciência com o novo time se resume aos três primeiros jogos. "Se perder, a casa cai e pode até haver quebra-quebra", afirma o vice-presidente Edivaldo Giavara, 21.
Essa pressão já foi sentida pelo presidente do clube, o empresário Miguel Kodja Neto. Na semana passada, ele quase contrariou uma determinação de Pelé, que não admite dinheiro dos diretores para contratar jogadores. Pelé ameaçou sair da diretoria e Kodja desistiu.
Reforçado fora de campo com estrelas do passado, o Santos busca um patrocínio que viabilize contratações. "Temos alguns contatos adiantados. Uma vez acertado com uma empresa, o futuro do Santos estará garantido", prevê o vice-presidente e advogado de Pelé, Samir Abdul Hak.

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