São Paulo, sábado, 22 de janeiro de 1994 |
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PT e PDT protestam contra relatório
RAQUEL ULHÔA
Foram apresentados 55 destaques ao relatório final. Dois deles concentravam a polêmica. Um, do deputado Aloizio Mercadante (PT-SP), pedia a cassação de Maia (ex-líder do PPR na Câmara), de Vasconcellos e de Aleluia. Outro, do deputado Luiz Salomão (PDT-RJ), exigia a cassação de Maia, Vasconcellos e Saldanha Derzi. As 16h20, o deputado Sérgio Miranda (PC do B-MG) reconhecia a derrota. "Em toda a história da CPI o relator não perdeu mais do que duas ou três votações", afirmou Miranda, lembrando que os partidos de esquerda tinham poucos votos entre os titulares da CPI. O primeiro destaque, pedindo a cassação de Maia, foi derrotado por 16 votos a quatro. Prevendo a derrota nos outros casos, Mercadante e Salomão retiraram os outros destaques. A "polêmica dos três Josés" –como a chamou o senador Jarbas Passarinho (PPR-PA)– foi o principal foco de divergências na última sessão da CPI do Orçamento. "Está havendo uma injustiça em relação aos que ficaram na lista", criticou o senador José Paulo Bisol (PSB-RS). Para o deputado Luiz Salomão (PDT-RJ), a CPI foi tomada na última hora por um "oba-oba de espírito natalino". A articulação favorável aos destaques que aumentavam a lista de cassações começou no início da tarde, mas as chances de que eles fossem aprovados eram muito pequenas. Ainda no início da leitura do relatório, o senador Élcio Alvares (PFL-ES) já dizia que pelo menos 70% dos membros da comissão acompanhariam a posição do relator. Parlamentares do PMDB e PFL também prepararam destaques, mas para tirar da lista alguns nomes, como os dos deputados Carlos Benevides (PMDB-CE), filho do senador Mauro Benevides (PMDB-CE), e do deputado Flávio Derzi (PP-MS). Os destaques poderiam servir, ao menos, como lastro para negociação. "Se um lado apresentar, o outro apresenta também", disse o senador Gilberto Miranda (PMDB-AM). A cassação de José Luiz Maia e José Carlos Vasconcellos chegou a ser recomendada por unanimidade em duas subcomissões, a de Emendas e a de Patrimônio. Os dois e Aleluia frequentaram as suspeitas da CPI do Orçamento desde as primeiras denúncias do economista José Carlos Alves dos Santos. As suspeitas foram reforçadas pela documentação apreendida na residência de Ailton Reis, diretor da construtora Norberto Odebrecht. Texto Anterior: Anníbal faz único protesto Próximo Texto: Magalhães faz treze citações Índice |
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