São Paulo, sábado, 22 de janeiro de 1994
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Chuvas param metrô e 130 km de ruas

DA REPORTAGEM LOCAL

A CET registrou 130,5 quilômetros de congestionamentos nos 16 mil quilômetros da malha viária de São Paulo devido às chuvas que atingiram diversos pontos da cidade no final da tarde de ontem -número 70% superior às médias registradas nas sextas-feiras de janeiro. Segundo a meteorologia, as chuvas de ontem –menos intensas que as de quinta-feira passada- repetiram as características de "instabilidade de verão": alta intensidade pluviométrica e chuvas isoladas em diferentes bairros.
Os trens deixaram de circular no ramal Paulista do Metrô entre as 17h46 e as 17h55 devido a uma diminuição de energia, provavelmente causada pela queda de um raio na rede elétrica da companhia. As composições circularam no ramal Paulista até as 19h em sistema mecânico, com velocidade reduzida a 20 km/h -os trens atingem normalmente 100 km/h. As estações Anhangabaú (linha leste/oeste) e Armênia (linha norte/sul) ficaram alagadas.
A Defesa Civil Municipal ficou em estado de alerta a partir das 17h25. Os bombeiros voltaram a atender chamados de pessoas ilhadas em ruas inundadas, principalmente na região do Anhangabaú. Uma árvore caiu sobre uma loja na rua Peixoto Gomide, nos Jardins (zona oeste). No Parque Bristol (zona sul), uma criança foi retirada de um rio por moradores.
A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) organizou desvios nas avenidas Pacaembu, Francisco Morato, Nove de Julho e na Radial Leste para que os motoristas evitassem as poças. Mesmo assim, em vários pontos da cidade a água ameaçava cobrir os carros.
A água cobriu três carros na rua Dr. Frederico Steidel, em Santa Cecília (região central). O bancário Jarbas Martins, 57, que estacionou sua Saveiro no local, teve de entrar na enchente para remover o carro. "Tenho 1,82 m de altura e fiquei com água pelos ombros."
Martins abriu a porta do carro, que estava cheio de água, para tirar as travas e soltar o freio de mão. Ele foi ajudado por seu amigo Luiz Carlos Rossignoli de Andrade, 47. Na avenida Pacaembu, o Omega do economista José Leopoldo Figueiredo, 36, não resistiu à água da enchente e parou. Até as 18h20, Figueiredo tentava resolver o problema para viajar. Na alameda Barão de Limeira, Luiz Marcelo Teixeira aproveitava as poças para andar de jet ski.

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