São Paulo, sábado, 22 de janeiro de 1994
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Tom pode ter programa mensal na Bandeirantes

ARMANDO ANTENORE
DA REPORTAGEM LOCAL

O compositor Tom Jobim recebeu convite para comandar um programa mensal noturno na Bandeirantes –mais ou menos como o "Chico & Caetano" que a Globo exibiu em 1986. O músico gostou do projeto, mas ainda não decidiu se vai abraçá-lo. Só dará uma resposta no início de fevereiro, quando se reúne com Roberto de Oliveira, diretor-superintendente da Bandeirantes.
Caso as negociações decolem, o programa começará em abril. Terá entre 60 e 90 minutos de duração. O horário e o nome ainda estão em estudos. O formato irá variar mensalmente. "Num dos programas, poderemos usarplatéia. Em outro, não: nada nos impede, por exemplo, que adotemos a casa do Tom como cenário", explica Roberto de Oliveira.
Certo mesmo é que, todos os meses, o compositor receberá pelo menos dois convidados. A lista deverá incluir desde estrelas da MPB até bandas e cantores novos.
"Tom Jobim une os artistas. É um ponto de convergência, uma unanimidade. Ninguém melhor do que ele para apresentar um programa sobre música brasileira", diz o diretor da Bandeirantes.
A historia da televisão no país demonstra que, tradicionalmente, quando cantores ou compositores de prestígio se aventuram diante das câmeras, acabam alcançando aplausos de crítica e público. Os exemplos mais célebres são "O Fino da Bossa" e "Jovem Guarda", programas que a Record exibiu durante os anos 60. O primeiro tinha o comando de Elis Regina. O outro, de Roberto Carlos, Wanderléia e Erasmo Carlos.
Mesmo o recente "Chico & Caetano" viveu momentos memoráveis. Em um dos programas, o "apresentador" Chico Buarque de Hollanda resolveu acatar as sugestões dos que lhe pediam para "relaxar" em cena. Esparramou-se no chão e, deitado, cantou "Bancarrota Blues".

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