São Paulo, domingo, 23 de janeiro de 1994 |
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Surfe reergue cidade em Santa Catarina
CARLOS SARLI; SÉRGIO KRASELIS
Cidade de Santa Catarina sedia primeira prova do ano que conta pontos no circuito brasileiro profissional CARLOS SARLI SÉRGIO KRASELIS O campeão do OP Imbituba Pro será conhecido hoje às 14h. O torneio, que abre a temporada 94 do Circuito Brasileiro de Surfe Profissional vai distribuir US$ 20 mil em prêmios aos participantes e 1.000 pontos ao vencedor. O evento também inaugura o World Qualifying Series (WQS), a divisão de acesso ao World Championship Tour (WCT), o Mundial da Associação de Surfe Profissional. A competição em Imbituba (96 km ao sul de Florianópolis) tem a participação de 15 dos top 16 do Brasil (a única ausência foi o paraibano Fabinho Gouveia, 7.º do ranking nacional e 13.º do mundo). Sua mulher está doente e ele resolver não participar das provas. Além deles, outros 97 dos melhores surfistas do país estão inscritos e vão disputar as ondas da praia da Vila. O torneio tem mobilizado a população da cidade. Pelas ruas, até mesmo donas-de-casa especulam sobre a direção dos ventos e o tamanho das ondas que os concorrentes devem enfrentar. Outros querem saber, além destes dados, detalhes como os vencedores das baterias, como Francisco Fidelis Candela, 41, gerente da pousada Henrique Lage. "Quem ganhou hoje? Foi o Teco?", questionou desde sexta-feira, numa referência ao catarinense Flávio Padaratz, 22, ídolo local. "A disputa em Imbituba é um lance legal porque traz de volta os surfistas e contribui para o turismo da cidade", diz Teco, que há sete anos não surfava no local. Paraíso Com os gases de enxofre liberados pela fábrica, que produzia matéria-prima para a fabricação de fertilizantes agrícolas, vieram as chuvas ácidas. Resultado: a vegetação acabou destruída e houve a debandada geral dos surfistas e dos turistas, com medo da contaminação. Em 1991, o governo federal resolveu paralisar as atividades da fábrica, o que resultou na sua desativação. Aos poucos, o verde voltou e a prefeitura da cidade quer devolver a Imbituba a fama conquistada a partir de 1966. Naquele ano, o surfista Fernando Sefton, com os amigos Klaus e Jorge Johanpeter chegaram à localidade atrás das ondas, ideais para a prática de surfe. Estava dado o pontapé inicial para os surfistas virem em busca das ondas, que muitos juram terem alcançado em 1975 cerca de 15 pés (5 metros). "A verdadeira vocação da cidade é o turismo e o surfe tem grande participação nisso", afirma Léa de Oliveira Lopes, primeira-dama do município. Os jornalistas CARLOS SARLI e SÉRGIO KRASELIS viajam à convite da organização do OP Imbituba Pro. Texto Anterior: PF vai apurar denúncias contra dois dirigentes do Vasco da Gama Próximo Texto: Juve e Inter chegam à marca de 2.000 jogos Índice |
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