São Paulo, domingo, 23 de janeiro de 1994
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Jogadores decidem viver em república

SÉRGIO KRASELIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Somente cinco jogadores da equipe da Telesp não moram na "República da Pompéia", como é conhecido um apartamento de três quartos com um outro reversível, alugado por sete jogadores do time (Gilvan, Gilberto, Tito, Rodrigo, Robert, Wellington e Marco) no bairro da Pompéia (zona oeste de São Paulo), próximo ao ginásio onde treinam.
"Mas a população do apartamento é flutuante", revela o atacante de meio Tito, irmão de Allan, que joga no Banespa. Ele aponta o momento mais difícil da convivência dos sete jogadores: "Quando as namoradas aparecem, cada um é obrigado a se virar como pode e onde dá", conta, brincando, o jogador.
Além de comandar e administrar a república, os jogadores dividem as tarefas domésticas. Isso porque a última empregada não aceitou ficar muito tempo cuidando do apartamento habitado pelos sete rapazes. A ausência é resolvida comunitariamente. "Agora somos nós mesmos que damos um trato na casa. Um limpa o quarto; outro é obrigado a cuidar do banheiro; sempre tem alguém que cuida de todas as compras e por aí afora", conta Tito. "Dá para viver sem muitos problemas."
Apontado como um dos principais responsáveis pela animação da casa, Tito costuma reunir os amigos e tocar "alguns roquinhos", como observa. O repertório é a alegria do amigo Beto, o levantador do time, um dos visitantes mais assíduos e fã confesso de blues e música popular brasileira, mas só daquele segmento que não contém nenhuma canção sertaneja.
Beto conseguiu "fugir" da república. Vive com os pais no bairro do Butantã (zona sudoeste paulistana). Ele se autodefine como palmeirense "roxo" e garante ser fã de filmes, principalmente os de ação e aventura. Aos 26 anos, Roberto de Bartolo, 1,80 m, tem uma longa carreira no vôlei: pratica o esporte desde os 10 anos.
O começo foi no pré-mirim do Palmeiras, onde ficou um longo período, de 1978 a 1984. Foi sua principal fase de aprendizado. Depois, teve uma passagem de três anos no arquiinimigo Corinthians (86/89), até a volta ao Palmeiras, onde ficou até o final de 92, quando se transferiu para a Telesp.
Formado em educação física, Beto divide seu tempo entre duas opções básicas, mas extremamente agradáveis: os treinos diários no ginásio da Telesp e as idas ao cinema, um de seus passatempos prediletos. "Sempre que posso, e sobra algum tempo, vou à praia", diz Beto. (SK)

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