São Paulo, domingo, 23 de janeiro de 1994
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Parabéns para os juniores são-paulinos

ALBERTO HELENA JR.
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

As chuvas de janeiro molharam a pólvora e o tiro de largada do Campeonato Paulista ficou para a tarde de domingo. Pena, pois perdemos a chance de ver em campo, logo de cara, o Bragantino do montenegrino Draskovic, uma das grandes atrações desta temporada.
A propósito, outro dia, cruzei com Nabi Abi Chedid, o presidente de honra do Bragantino. Durante 20 anos, reservei as mais ácidas críticas a Nabi, como presidente da Federação e da CBF. Não retiro uma vírgula, mas acrescento este elogio: belíssimo o trabalho da família Chedid à frente do Bragantino, que, desde 88, ingressou no fechado clube dos grandes, não só de São Paulo, como do Brasil.
Lembro-me de uma reportagem sobre o Bragantino, feita à época em que Nabi flertava com a presidência da Federação, que era o retrato da miséria em que o antigo Massa havia sido atirado pela incúria de seu eterno patrono. Deu uma bela volta por cima. Logo, parabéns.
Mas o sábado não foi perdido. Ao contrário: o Guarani foi para as finais da Copa São Paulo, para se encontrar, obviamente, com o tricolor, que, a duras penas, conseguiu vencer o Internacional, por 2 a 0.
Durante o desenrolar do jogo São Paulo e Inter, fiquei matutando sobre o injusto regulamento que rege esse certame. O São Paulo, na primeira fase, goleara o mesmo Inter por 5 a 2. Agora, nas semifinais, afogava o adversário em sua área, enquanto o técnico gaúcho confessava abertamente sua única esperança: levar o jogo para a prorrogação, e, quica, aos pênaltis. Enfim, tirá-lo do campo da lógica e jogá-lo às imponderáveis áreas do acaso. Por que não, na próxima Copa, prevalecer o confronto direto?
Como certamente será fatal no paulista de profissionais que, afinal, teve seu início, com Corinthians e Portuguesa.
Era mesmo de se esperar que esse Corinthians não entrasse matando no campeonato. Nem mesmo diante de uma Lusa remendada à última hora. Por isso, o resultado de 3 a 1 caiu do céu.
Durante todo o primeiro tempo, o Corinthians tentou encontrar em campo um mínimo de entendimento, em vão. A Portuguesa, igualmente desconexa, pelo menos, tinha mais ciência. E por isso chegou ao 1 a 0, num disparo de Maurício, que resvalou em Ezequiel e lhe deu a vantagem no marcador.
O Corinthians, até então, praticava um futebol convencional, sem brilho nem acerto. E, na verdade , seguiu assim até o final do jogo. A diferença é que, no segundo tempo, sobretudo depois da entrada de Marques, no lugar do lateral Elias, passou a ser mais agressivo. Afinal, ficou com três avantes, passando Zé Elias, até esse momento mal posicionado como falso ponta-esquerda, para a lateral-esquerda. A partir daí, o Corinthians, que já havia empatado, numa cobrança de falta de Marcelinho, no comecinho do segundo tempo, soltou-se e chegou aos 3 a 1 finais, com extrema facilidade.
Foi como se o destino tivesse dado uma primeira chance ao técnico Riul. Há que aproveitá-la.

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