São Paulo, domingo, 23 de janeiro de 1994
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TV dá nova 'chance' ao futebol americano

MELCHIADES FILHO
EDITOR DE ESPORTE

Futebol americano ainda é um esporte para brasileiro paciente. Jogo chato? Negativo. Mas é preciso muita concentração para entender as regras, acompanhar as estratégias e discernir as funções táticas dos mais de 40 gigantões de cada time.
Os curiosos têm novas chances de conhecer o esporte esta semana. Hoje, TVA e Bandeirantes exibem duas das quatro partidas semifinais. No domingo que vem, é a vez do 28.º Super Bowl, a finalíssima. Na corrida pelo título estão Dallas Cowboys (atual campeão), San Francisco 49ers (supertime nos anos 80), Kansas City Chiefs (do melhor jogador de todos os tempos, o veterano Joe Montana) e Buffalo Bills (vice nas últimas três temporadas).
O nome Super Bowl surgiu em 1970, mas o jogo nasceu três anos antes, quando as duas ligas de futebol americano (NFL e AFL) decidiram promover o embate entre seus campeões. Algumas curiosidades sobre aquele janeiro, em que o Green Bay Packers bateu os Chiefs: 1) só 2/3 do Los Angeles Coliseum foram ocupados pelos torcedores; na entrada do estádio, ingressos de graça. 2) Duas emissoras rivais transmitiram o jogo. A CBS tinha contrato com a NFL e a NBC, com a outra liga. 3) No 2.º tempo, houve dois pontapés iniciais –as TVs perderam o primeiro. 3) Havia duas marcas de bola. Quando os Packers atacavam, era usado o produto da Wilson (oficial da NFL). Na sua vez, os Chiefs preferiam a Spalding, mais veloz e oficial da AFL.
Sobre o espetáculo, cada ano é uma loteria. Em 91, por exemplo, Nova York e Buffalo fizeram o jogo mais emocionante –várias trocas no comando do placar antes da vitória final dos Giants de NY, 20 a 19. Seis anos antes, em contrapartida, o tédio era tamanho que as câmeras de TV trocaram o passeio do San Francisco sobre o Miami Dolphins (38 a 16) por singelas imagens de gaivotas.
SUPER BOWL Bandeirantes e ESPN, 21h.

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