São Paulo, domingo, 23 de janeiro de 1994
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Corsa bate rivais em acabamento interno

GRACILIANO TONI

O Corsa Wind 1.0, mais novo "popular" do mercado, chega em fevereiro (leia texto na pág. 8-2) com acabamento melhor que o de seus concorrentes Gol 1.000, Hobby 1.0, Fusca e Mille Electronic.
De resto, não leva grande vantagem sobre os rivais. Perde para o Mille, por exemplo, em espaço no banco traseiro, desempenho e em praticidade de comandos.
Detalhes como a tampa do porta-luvas que serve também como porta-copos mostram que a Chevrolet caprichou para dar ao Corsa menos aparência de carro "depenado". Além de ter os bancos totalmente forrados em veludo, o Corsa tem colunas revestidas, o que não acontece nos demais. Vem com espelho do lado direito (controle interno opcional), tampão e carpete no porta-malas.
O Corsa tem melhor ventilação –mas só para os ocupantes do banco dianteiro; atrás não há nem mesmo vidros basculantes– que os rivais da faixa de US$ 7.200. Outro destaque do carro é o baixo nível de ruído na cabine.
Apesar de ter o projeto mais recente entre os "populares", com a maior distância entre eixos, o Corsa é apertado. Na frente, por exemplo, a perna direita do motorista bate no console.
É um carro para quatro passageiros. O banco traseiro é estreito e forma duas "conchas", acomodando bem os ocupantes das laterais e mal o do meio.
Outras falhas do design interno estão no posicionamento dos puxadores de portas e das maçanetas –muito atrás, forçam recuo excessivo do braço– e no dimensionamento das alavancas dos vidros. Além de exigir voltas demais –oito– para levantar ou baixar os vidros, são pesadas.
Mesmo sendo o único equipado com injeção eletrônica central de gasolina, tem desempenho na faixa dos outros "populares". Comparados os dados fornecidos pelas fábricas, o Corsa ganha de todos os outros em consumo, mas perde do Mille, mais potente (veja Indifolha), em desempenho. Praticamente empata com o Hobby 1.0 e ganha do Gol 1.000 e do Fusca.
A estabilidade, muito boa em curvas de baixa velocidade, deixa a desejar nas de alta. Aí, a frente do carro "mexe" um pouco, e ele tende a alargar a trajetória.
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