São Paulo, sexta-feira, 28 de janeiro de 1994
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Diretoria aceita reajuste abaixo da inflação

DA SUCURSAL DO RIO

A ofensiva da Petrobrás em defesa da manutenção do monopólio estatal do petróleo mudou o discurso da empresa sobre o preço dos combustíveis. Pela primeira vez em muitos anos a estatal defende e "concorda" que os preços sejam reajustados abaixo da inflação. O superintendente de Planejamento, José Fantine, disse ontem que essa política pode ser suportada até março.
A briga da Petrobrás contra o uso dos preços como instrumento de política econômica é antiga. Hélio Beltrão e Ozires Silva foram alguns dos ex-presidentes da estatal que brigaram com o governo por causa de preços.
Agora, sob a pressão de quebra do monopólio, a estatal aceita "colaborar", mesmo acumulando um crédito de US$ 2,8 bilhões com o governo, por conta de defasagens de preços.
Fantine afirmou que não se trata de represamento de preços, mas de repasse à população dos ganhos com produtividade e com a queda dos preços no mercado internacionais. Ele disse também que a empresa é contra o aumento do seu déficit com o governo mas está disposta a esperar um pouco por sua redução.
Em dezembro passado a Petrobrás não admitia redução dos preços dos combustíveis por conta da queda do preço do petróleo no mercado internacional. A estatal alegava que as constantes desvalorizações do cruzeiro real em relação ao dólar a impediam de ter com a queda das cotações do óleo ganhos suficientes para repassar aos consumidores.

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