São Paulo, sexta-feira, 28 de janeiro de 1994
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Em 18 dias, governo de SP gasta US$ 3,7 milhões com publicidade

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EMANUEL NERI
DA REPORTGEM LOCAL

Em 18 dias, governo de SP gasta US$ 3,7 milhões com publicidade
Em apenas 18 dias –de 13 a 31 de dezembro do ano pasado –, o governador de São Paulo, Luiz Antonio Fleury Filho (PMDB), US$ 3,7 milhões (CR$ 1,6 bilhão) em publicidade. Isso significa que foram gastos US$ 205,5 mil (CR$ 91 milhões) por dia –o suficiente para construir diariamente quase 32 casas populares, ao preço de US$ 6.500 cada uma.
Os gastos publicitários de Fleury em dezembro foram feitos em duas etapas. Foi liberada inicialmente verba de US$ 2,9 milhões (CR$ 1,3 bilhão). No último dia 15, o "Diário Oficial" publicou que o governo liberara mais US$ US$ 747,4 mil (CR$ 330 milhões) em aditamento para suas despesas com propaganda naquele mês. Adicionais a gastos públicos só são permitidos em casos extremos, quando há aumento da quantidade de serviço.
As verbas beneficiaram cinco agências, que haviam participado de licitação. Uma delas, a Norton Publicidade, recebeu dois aditamentos –por ter dois contratos com o governo. As outras agências são a Better Comunicação e o Consórcio Bandeirantes, que reúne três empresas –Expressão, Caio Domingues e Hiran Castelo Branco. A Norton e a Better trabalham com Fleury desde o início de seu governo –elas integraram o pool de agências que atuou na campanha eleitoral do atual governador.
A Folha revelou que somente nos seis primeiros meses do ano passado foram gastos US$ 35,3 milhões (a Coca-Cola, em 92, gastou US$ 34,2 milhões com propaganda). Segundo a Nielsen Serviços de Mídia, as despesas do governo paulista nesse setor atingiram US$ 59 milhões em 92.
Até 1993, os gastos de Fleury com publicidade eram feitos sem licitação. Com a aprovação da lei 8.666, que exige concorrência pública para todas as despesas realizadas com dinheiro público, o governo paulista passou a submeter sua publicidade a processo licitatório. Os US$ 3,7 milhões de dezembro do ano passado referem-se apenas aos gastos administrados pelo gabinete do governador.
Outro lado
Eurico Andrade, coordenador de Comunicação do governo, disse que a lei 8.666 permite que se faça aditamento de até 25% sobre o valor inicial do contrato. "Fizemos acréscimo de 24% porque consideramos necessário", afirmou. Segundo Andrade, o aditamento serviu para corrigir o efeito da inflação.

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