São Paulo, sexta-feira, 28 de janeiro de 1994
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Promotor diz que irmão de Cruz pode ser processado

CRISPIM ALVES
DA FOLHA ABCD

O promotor da Justiça Eleitoral de Santo André, José Luiz Saikali, afirmou ontem que Clodovil Aparecido de Carvalho, irmão do sindicalista assassinado Oswaldo de Carvalho Cruz Júnior, poderá ser processado por sonegação de provas caso não apresente os documentos, que ele afirma possuir, comprovando as denúncias de crime eleitoral envolvendo o Sindicato dos Condutores Rodoviários do ABCD.
As denúncias foram feitas no final do ano passado por Cruz, que afirmava ter documentos para comprová-las. Elas dizem respeito ao uso do carro de som do sindicato, conhecido como "Gabriela Eletrônica", em campanhas eleitorais e ao financiamento de candidaturas pela entidade, o que é proibido por lei. Desde a morte de seu irmão, Clodovil dizia estar com a documentação e que ela seria apresentada em momento oportuno.
"Ele disse para todo mundo que tem a documentação. Se ele não apresentar, estará sonegando provas e poderá ser processado", afirmou Saikali. Segundo o promotor, o artigo 305 do Código Penal prevê pena de dois a seis anos de reclusão para quem sonega provas.
Clodovil não quis comentar as declarações de Saikali. "Ele não me convocou ainda. Não sei o que ele quer. Vou falar aquilo que eu tenho conhecimento." Clodovil não revelou o que pretende falar. Seu depoimento deve acontecer na semana que vem. A data pode ser marcada hoje. Saikali disse que só tomará outras providências com relação ao caso, como a realização de uma perícia contábil no sindicato, após o depoimento de Clodovil.
Depoimento
O ex-motorista do carro de som do sindicato Aparecido Ruis prestou depoimento ontem à tarde na Delegacia Seccional de Santo André. Segundo o delegado Walter Antônio César, Ruis, mais conhecido como Zé Louquinho, afirmou que dirigiu o carro de som em diversas campanhas de candidatos do PT.
"Ele disse que era tudo custeado pelo sindicato, mas não apresentou provas. O depoimento não altera quase nada no inquérito porque ele não apresentou prova documental", declarou César.

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