São Paulo, sexta-feira, 28 de janeiro de 1994
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Prefeitura nega acusações dos sem-terra

DA REPORTAGEM LOCAL

A assessoria de imprensa do gabinete do prefeito Paulo Maluf informou ontem que "desconhece as alegações dos sem-terra" e se recusou a comentar as denúncias. Eles disseram que foram levados para a manifestação pró-Faria Lima em troca de um terreno.
Na terça-feira, após a audiência pública que debateu o Rima (Relatório de Impacto Ambiental) da extensão da Faria Lima, o vereador Adriano Diogo (PT) afirmou que os manifestantes que foram apoiar o projeto esperavam receber favores da prefeitura. "Anteontem eu não podia provar, mas hoje (ontem) eles mesmo assumiram."
O secretário municipal do Verde e do Meio Ambiente, Werner Zulauf, não foi encontrado ontem para comentar as denúncias. Anteontem, ao ser informado das acusações do vereador, ele afirmou que "o PT está inventando esta conversa porque desta vez não conseguiu trazer os alto-falantes da CUT para gritar mais alto que seus adversários".
O secretário municipal da Habitação, Lair Krahenbuhl, disse ontem que não conhece nenhum João Batista, apontado pelos sem-terra como funcionário da prefeitura fez o acordo. Afirmou também que assumiu o cargo em julho, antes da expulsão do grupo do terreno municipal do Jardim São Luiz. "Não tenho nenhuma informação sobre este suposto acordo."
A líder comunitária Jane Barros, que organizou 2 dos 4 ônibus que levaram os manifestantes pró-Faria Lima, disse ontem que o mesmo grupo já esteve apoiando a prefeitura durante a inauguração de uma ponte na avenida Vereador José Diniz e também na cerimônia de filiação ao PPR do radialista Gil Gomes. "Fiz campanha para o Maluf e estou sempre atrás dele."
"Nós íamos nas manifestações, esperando que nosso problema fosse resolvido", diz o desempregado Marco Antonio Rocha, 23, que participou da manifestação pró-Faria Lima.
O centro comunitário onde estão vivendo as 18 das 54 famílias expulsas do terreno da prefeitura é um salão de 150 metros quadrados. No local existem dois banheiros, divididos entre mais de 50 pessoas. Há apenas um chuveiro.

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