São Paulo, sexta-feira, 28 de janeiro de 1994
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Motoqueiros matam empresário

Discussão no trânsito pode ter sido o motivo do assassinato

DA REPORTAGEM LOCAL

O empresário Wilson Juliano, 63, foi assassinado anteontem, às 18h45, com dois tiros. Ele havia parado seu Monza em uma esquina da rua Relíquia, na Casa Verde (zona norte), quando foi atingido pelos disparos feitos por um homem que estava na garupa de uma motocicleta. A polícia não tem pistas dos criminosos.
Ex-conselheiro do Palmeiras, Juliano era proprietário da empresa Lumar Adesivos Ltda. Ele havia voltado de Santos (72 km a oeste de São Paulo) anteontem de manhã e, após passar em seu prédio, foi trabalhar. No fim da tarde, ele deixou a sede de sua empresa na rua Domingos Fazolari, na Casa Verde, e foi para seu apartamento na Pompéia (zona oeste).
No caminho, o empresário passou em uma padaria. Comprou pão e leite, entrou no Monza e, cerca de 500 metros adiante, parou novamente o carro, para entrar em uma rua à sua esquerda.
"Ao lado do Monza, parou a moto com dois homens. Distraí-me por dois segundos e ouvi o primeiro tiro. Virei o rosto e vi o segundo disparo ser feito pelo homem que estava na garupa", disse o pedreiro José Manoel Pereira de Souza, 35. Souza estava em uma janela e presenciou o crime. Ele prestou depoimento ontem no 13º DP.
A testemunha disse que os assassinos usavam capacetes, jaquetas coloridas e calças jeans. "Após os tiros, eles deram uma volta em torno do Monza e retornaram pela mesma rua Relíquia", afirmou Souza. As balas acertaram a cabeça e o ombro de Juliano. Ele morreu no pronto-socorro de Santana.
A polícia ouviu ontem à tarde o depoimento de mais três testemunhas do crime."É pouco provável que o empresário tenha sido morto por assaltantes, pois não houve qualquer reação", disse o delegado Natanael da Silva Abreu, 51. Segundo ele, nada foi roubado do carro. O empresário não andava armado. Juliano tinha problemas auditivos e foi levantada a suspeita de que os motoqueiros queriam roubá-lo, mas ele não os teria ouvido.
" Acho isso pouco provável, pois basta que o ladrão aponte a arma para a vítima saber que está sendo assaltada", disse o delegado. De acordo com Abreu, uma testemunha que estava em um bar da esquina onde aconteceu o crime disse ter havido uma discussão de trânsito entre Juliano e os motoqueiros, provocando o crime. Os dois homens teriam batido a motocicleta na porta do Monza.
A última hipótese investigada pela polícia é que Juliano tenha sido vítima de uma vingança. Para apurar essa possibilidade, o delegado pretende ouvir o depoimento de amigos e familiares do empresário. Juliano era casado e tinha três filhos. Ele foi enterrado ontem, às 16h30, no cemitério Morumbi (zona sul).

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