São Paulo, sexta-feira, 28 de janeiro de 1994 |
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Advogados são a nova peste dos anos 90
BARBARA GANCIA
Além de recorrer à censura para moralizar a sociedade, a atitude politicamente correta se presta a outros fins macabros. Como, por exemplo, incrementar o saldo bancário de advogados oportunistas. Já alertava havia anos o Mr. Sony, Akio Morita: há algo errado com um país que produz mais advogados do que engenheiros. Só em Washington, trabalham cerca de 85 mil coleguinhas de Hillary Clinton. A cifra nada mais é do que um sintoma do mau funcionamento do sistema, que acaba gerando um absurdo desperdício econômico. Segundo constatou recentemente uma pesquisa realizada pela rede de TV CBS, triplicou nos últimos oito anos o número de casos de molestamento sexual que chegam aos tribunais. O dado poderia sugerir que psicólogos aprimoraram técnicas para detectar esse tipo de sordidez. Não é bem assim. A maioria dos casos de molestamento sexual que pipocam na corte estão vinculados a mulheres que perdem a guarda dos filhos e são aconselhadas –ou induzidas– por seus advogados a fabricar denúncias de molestamento sexual contra os maridos. E o que dizer do descalabro do caso Michael Jackson? Se de fato o processo contra o cantor acabar na pizza de um acordo repleto de cifrões, o pensamento politicamente correto terá produzido mais uma grosseira injustiça. Enquanto Mike Tyson, a vítima mais famosa do politicamente correto, continua cumprindo pena no xilindró, Michael Jackson está livre para bolinar pimpolhos fresquinhos. Há alguns anos, uma belga conhecida minha, Brigitte Laaf, tropeçou no degrau do lobby de um hotel em Beverly Hills e quebrou o fêmur. Para cobrir os gastos com sua internação, e, mesmo porque, tinha pouco a perder, ela entrou com uma ação contra o hotel. Pois não é que, além de abocanhar US$ 4 milhões em indenização, ela acabou casando com o bonitão do médico que tratou sua fratura? Texto Anterior: O QUE O USUÁRIO PODE FAZER Próximo Texto: Brilho; Torque; Pé-de-valsa Índice |
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