São Paulo, sexta-feira, 28 de janeiro de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Europeus dominam seleção de Berlim

AMIR LABAKI
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

São europeus 17 dos 25 filmes concorrentes ao Urso de Ouro do 44.º Festival Internacional de Cinema de Berlim, que acontece entre 10 e 21 de fevereiro próximo. A lista final de selecionados radicaliza a guinada eurocêntrica há cinco anos gradualmente efetivada pelo festival, através de uma ampliação anual dos títulos em competição e pela organização de um mercado exclusivo para produções européias.
Cinco eurocineastas do primeiro time disputam Berlim-94. O francês Alain Resnais carrega dupla munição com o duo "Smoking/No Smoking". O britânico Ken Loach, de "Agenda Secreta", concorre com "Ladybird, Ladybird". O veterano Mario Monicelli, em cartaz em São Paulo com "Parente... É Serpente", apresenta "Cari Fottitissimi Amici". A maior cineasta húngara, Marta Meszaros, reaparece com "O Feto". Por fim, Krzystof Kieslowski tenta bisar o triunfo veneziano de "A Liberdade É Azul" disputando o Urso de Ouro com "Trois Couleurs: Blanc".
Dentro da hegemonia européia, um rigoroso equilíbrio nacional foi mantido. A Grã-Bretanha concorre com quatro filmes; Alemanha e França, com três; Itália e Espanha, com dois. No que se refere aos sete não-europeus concorrentes, a grande surpresa é a reduzidíssima participação norte-americana na disputa, com apenas dois títulos.
A presença latino-americana é a mais forte das quatro últimas edições do festival. Apesar de ainda não completamente finalizado, "A Terceira Margem do Rio" de Nelson Pereira dos Santos foi confirmado na competição internacional. Se Pereira dos Santos não acertou decididamente a mão terá seu filme eclipsado pelo estupendo "Morango e Chocolate", que valeu a Tomas Gutierrez Alea ("Memórias do Subdesenvolvimento") os principais prêmios no último Festival do Cinema Latinoamericano de Havana (Cuba). A cineasta argentina Maria Luiza Bemberg ("Camila") fará parte do júri principal, que será presidido pelo produtor britânico Jeremy Thomas, de "Little Buddha", o épico bertolucciano que abre Berlim-94.

Texto Anterior: Marcelo Garrafa
Próximo Texto: Em "Eu", Khouri se repete
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.