São Paulo, domingo, 30 de janeiro de 1994
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Fiscalização é deficiente

DA REPORTAGEM LOCAL

A força de trabalho brasileira é de 65 milhões de pessoas, mas somente 25 milhões possuem carteira assinada. Segundo o advogado Ary Oswaldo Mattos Filho, ex-coordenador do programa de reforma fiscal do governo, é impossível imaginar que 40 milhões de brasileiros estejam desempregadas ou sejam empresários.
Essa é mais uma fonte de sonegação fiscal. "Quer dizer, 25 milhões pagam a Previdência para todo o resto", diz Mattos Filho. A estrutura tributária brasileira é deficiente, diz, e por isso cria distorções como essa.
"A reforma fiscal tem que ser liderada pelo próprio presidente da República. O ministro Fernando Henrique já está no limite. Enquanto o presidente não assumir essa bandeira, a coisa só tende a se complicar", afirma.
Segundo Sérgio Eskenazi, do escritório Eskenazi e Pernidji, os esforços do secretário da Receita, Oziris Lopes Filho, são bem vindos, mas a sonegação continua. "O que não se percebeu é que, ao contrário de antigamente, a evasão deixa um traço e o sonegador joga com possibilidade de não ser fiscalizado", diz. "É fácil fiscalizar. É só ter vontade política."

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