São Paulo, segunda-feira, 31 de janeiro de 1994
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PP lança Alvaro Dias, mas admite coligação

GUTEMBERG DE SOUZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O PP (Partido Progressista) lançou ontem, durante sua convenção nacional, o nome do ex-governador paranaense Alvaro Dias para a Presidência da República. A candidatura ainda não é oficial, mas já serve como moeda de troca nas negociações de uma eventual coligação. "Estamos abertos ao entendimento com todos os partidos, sem preconceitos ideológicos", afirmou Dias.
Articulado pelo ex-ministro Bernardo Cabral, que pretende disputar uma vaga de senador pelo Amazonas, o manifesto de apoio a Alvaro foi subscrito por 16 presidentes de diretórios regionais e pela mais nova estrela do partido, o sindicalista Luiz Antônio Medeiros, presidente da Força Sindical e virtual candidato ao Senado por São Paulo.
O ex-governador fez um discurso em que condenou o plano econômico do ministro Fernando Henrique Cardoso. "O plano do governo apenas aumenta impostos. O governo não tem coragem de promover uma reforma do sistema financeiro, nem a ousadia necessária para enfrentar os oligopólios", criticou Dias, cujo partido tem um um ministro na equipe de Itamar Franco –Henrique Santillo, da Saúde.
Depois, numa entrevista, tentou se explicar: "Nosso compromisso de apoiar o governo está mantido. Mesmo sabendo que não corresponde às expectativas do povo."
Medeiros
Luiz Antônio Medeiros disse que esta semana, provavelmente amanhã, vai pedir ao presidente Itamar Franco que vete o aumento do Imposto de Renda sobre os salários, uma vez que o Congresso não autorizou o aumento para as empresas.
Medeiros também discursou na convenção. Foi saudado aos gritos de "pau no PT". Começou dizendo que o adversário é a fome e não o PT. Mas depois criticou "um partido que faz espionagem e conhece o segredo bancário de todo mundo". "Que será de nós se esse pessoal chegar a dirigir a Polícia Federal e o glorioso Exército nacional?" perguntou.
O presidente da Força Sindical também reclamou da liminar da Justiça de São Paulo que o proibiu de fazer acusações à CUT e ao PT no programa do PP que irá ao ar no próximo dia 28.
Fundado há um ano, o PP resultou da fusão do PST, dirigido por Alvaro Dias, e do PTR, comandado pelo governador do DF, Joaquim Roriz. Hoje o partido é a quarta bancada na Câmara, com 46 deputados federais, e tem ainda cinco senadores e dois governadores (além de Roriz, Oswaldo Piana, de Rondônia).

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