São Paulo, segunda-feira, 31 de janeiro de 1994 |
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Estudo analisa remédio para fadiga utilizado como droga alucinógena
DA REPORTAGEM LOCAL Era uma vez um remédio que era vendido como um tratamento para a fadiga, mas que na prática era usado como uma droga, pois seu perfil bioquímico lembra um pouco as anfetaminas, um pouco a cocaína. Hoje proibido no Brasil, a fencanfamina, comercializada como Reactivan, foi o objeto do estudo da tese de Cleopatra da Silva Planeta no Instituto de Ciências Biomédicas da USP.O medicamento ainda é usado em alguns países para as indicações terapêuticas que levaram à sua criação. Se houver rigoroso controle médico, o medicamento não precisa necessariamente causar dependência. Trata-se de um derivado da cânfora, substância que chegou a ser usada como estimulante, mas teve o uso descontinuado devido aos efeitos colaterais. A fencanfamina foi desenvolvida como um derivado "energizante" aparentemente menos problemático, mas acabou se tornando um primo pobre da cocaína, usada por exemplo por estudantes que tinham de estudar à noite. Cleopatra testou a fencanfamina em ratos para estudar o mecanismo da dependência. O modelo básico para a pesquisa foi o chamado "preferência condicionada de lugar", no qual a escolha de um local pelo animal é considerada uma maneira de checar a dependência. Os ratos de laboratório, albinos, tendem a preferir locais escuros. Mas se são drogados na claridade, podem ficar condicionados a preferi-la, caso a substância seja viciante. Os ratos de Cleopatra acostumados com a fencanfamina mostravam uma preferência marcante pela luz. Texto Anterior: WALTER CENEVIVA Próximo Texto: CRATERA Índice |
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