São Paulo, segunda-feira, 31 de janeiro de 1994
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Lixeiros de SP ameaçam greve a partir das 5h

DA REPORTAGEM LOCAL

Os trabalhadores da limpeza urbana de São Paulo decidiram entrar em greve por tempo indeterminado a partir das 5h de hoje. Sindicalistas e empresários não chegaram a nenhum acordo nas negociações do fim-de-semana. A paralisação foi decretada em assembléia na quinta-feira.
A eventual greve dos 12 mil coletores de lixo, varredores de ruas e limpadores de bueiros deverá trazer caos à cidade. Cerca de 13 mil toneladas de lixo vão se acumular nas ruas a cada dia de paralisação. Além disso, a situação pode piorar ainda mais se chover forte, pois o lixo acumulado entope bueiros e galerias de águas pluviais.
Ao todo, 13 cidades da Grande São Paulo devem ser afetadas com a greve. Os lixeiros de Embu e Cotia também vão parar. Nas outras dez cidades, a coleta pode ser prejudicada porque os grevistas vão tentar impedir a saída dos caminhões das garagens das empresas, que ficam em São Paulo.
Os trabalhadores da limpeza urbana reivindicam aumento real de 15% em janeiro sobre os salários e sobre os tíquetes de refeição e da cesta básica. Querem ainda reajustes mensais com base na inflação do mês anterior e convênio médico gratuito. O salário base dos coletores de lixo em janeiro é CR$ 72 mil –já incluídos os 75,28% de correção da inflação do quadrimestre, reajuste obrigatório por lei.
Os empresários oferecem aumento real de 2,69% em janeiro, mais 7% de ganho real em março. Propuseram ainda 10% de aumento real sobre os vales refeição e as cestas básicas em março.
"É impossível arcar com as reivindicações", disse Augusto de Carvalho Alves, presidente do Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana do Estado de São Paulo. Segundo ele, o fato de as empresas serem remuneradas através de planilhas pré-estabelecidas pela prefeitura torna inviável a pauta de reivindicações. Alves disse que as empreiteiras vão montar esquemas alternativos para garantir a coleta hospitalar e a limpeza de feiras-livres.

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