São Paulo, segunda-feira, 31 de janeiro de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Uma franquia que sai bonita na fotografia

MARCELO CHERTO; MARCUS RIZZO

MARCELO CHERTO e MARCUS RIZZO
O mercado de revelação de filmes movimenta nos EUA algo em torno de US$ 5,5 bilhões por ano. Disso, mais de 30% se referem a serviços prestados pelos chamados "minilabs", maquinetas de revelação rápida encontradas em ópticas e em outras lojas, principalmente as especializadas, como as Kodak Express e 1 Hora e as Moto Photo, rede líder no mercado norte-americano e também interessada em vir aqui.
Quando a Moto Photo iniciou suas atividades, em 1981, o volume de revelações nas "minilabs" era quase desprezível. Hoje a coisa é bem outra e os laboratórios tradicionais é que andam desaparecendo ou se voltando apenas para a prestação de serviços que fogem do arroz com feijão ou requerem um nível de qualidade alto demais para os minis. A previsão é que, lá por 1996, pelo menos 50% de todas as revelações de filmes nos EUA estarão sendo feitas em equipamentos do tipo 1 hora.
Nesse cenário, não é de admirar que a Moto Photo, que opera diretamente cerca de 70 lojas e tem mais umas 300 franquias, esteja planejando um crescimento acelerado. Principalmente no que se refere ao número de unidades franqueadas.
É interessante notar que a Moto Photo é uma S/A da capital aberto que tem como acionistas vários de seus próprios franqueadores e fornecedores. O que faz com que todos sintam que estão realmente "dentro do mesmo barco".
As unidades Moto Photo são relativamente pequenas. Uma loja típica tem entre 110 e 130 m2. Muitas, principalmente aquelas inauguradas nos últimos tempos, oferecem, além da revelação e ampliação, um serviço de estúdio fotográfico que aumenta sua rentabilidade.
Os custos iniciais para a implantação de uma franquia padrão beiram os US$ 135 mil, incluindo US$ 35 mil da taxa inicial de franquia e cerca de US$ 30 mil de capital de giro. Mas não o custo integral do equipamento ("o minilab" propriamente dito), que é adquirido via leasing. Os próprios fabricantes de "minilabs" costumam vender um "pacote", que já inclui o financiamento. O mesmo acontece com os equipamentos do gênero em operação aqui no Brasil.
A rapaziada da Moto Photo assegura que seu poder de barganha junto aos fornecedores é tão grande (pelo fato de comprar ou negociar centralizadamente, em nome da rede toda) que as taxas de leasing e condições de financiamento oferecidas a seus franqueados são imbatíveis.
Além disso, caso um franqueado prefira comprar o equipamento, a central de negociações Moto Photo consegue preços entre US$ 9.000 e US$ 11 mil mais baixos do que o melhor preço que o cara conseguiria sozinho. Nossa experiência assessorando outros franqueadores, para quem criamos centrais de negociação, mostra que isso é perfeitamente possível.
É evidente que esse poder de barganha, pela negociação em grupo, é utilizado em favor dos integrantes da rede não apenas no que se refere ao equipamento, mas também aos químicos, papel fotográfico, projetos arquitetônicos etc.
De todos os franqueados da rede, apenas uns 10% já tinham alguma experiência no ramo da fotografia quando começaram no negócio. A grande maioria teve que aprender do zero nos cursos e manuais oferecidos pela franqueadora. Em compensação, todos são obrigados a encostar a barriga no balcão, pois a Moto Photo não aceita "investidores' em sua rede.
Informações com o vice-presidente executivo, David Mason, em Dayton, Ohio, pelo fone (00-1-513) 854-6686.

Marcelo Cherto e Marcus Rizzo são diretores da Cherto & Rizzo Franchising e do Instituto Franchising, professores da FGV e da Franchising University, escritores e conferencistas.

Texto Anterior: Vendas voltam a recuperar fôlego
Próximo Texto: "Publicitário da década" expõe idéias em SP
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.