São Paulo, segunda-feira, 31 de janeiro de 1994
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Melbourne confirma a hegemonia de Sampras

THALES DE MENEZES
DA REPORTAGEM LOCAL

Pete Sampras e Todd Martin enganaram o público no Flinders Park de Melbourne. O primeiro set da final masculina do Aberto de Tênis da Austrália, decidido só no tie-break e com Sampras saindo duas vezes de 0/40 no placar para se recuperar e vencer os games, parecia o início de um jogo acirrado e emocionante. A cada game, no entanto, os pontos de Sampras foram saindo com mais facilidade e Martin foi obrigado a aceitar suas limitações. Final: Sampras, 7/6 (7/4), 6/4 e 6/4.
Martin fez muito. Chegou a uma final de Grand Slam. Mais ainda, no Grand Slam que é cruel para os tenistas. Tomando soro fisiológico todos os dias para vencer o calor, o norte-americano passou por adversários como Jonas Svensson, MaliVai Washingtion e Stefan Edberg, garantindo com o vice-campeonato o maior prêmio de sua carreira, US$ 161 mil. Mais do que recebeu no único título que conquistou, ano passado em Coral Springs (EUA).
Fizesse a final contra Jim Courier ou Michael Stich, Martin teria alguma chance. Contra Pete Sampras, a história é outra. O sujeito esbarra na perfeição. Quando relaxa um pouco e permite pontos ao adversário, parece ligar uma chave na sua cabeça e corrige todos os erros. O final do jogo em Melbourne é um exemplo. Sampras vencia por 5/1 no terceiro set e perdeu três games seguidos. Encostando em 4/5, Martin forçou a devolução e fez 0/15. Com toda a arquibancada contra, Sampras foi uma pedra de gelo e venceu os quatro pontos seguintes de forma fulminante, dois aces e dois voleios.
O número 1 do ranking mundial levou 2 horas e 34 minutos para vencer seu terceiro título consecutivo em torneios do Grand Slam e engrossar sua conta bancária com mais US$ 322 mil. "Acho que eu e Todd fizemos uma grande final. Foi um jogo duríssimo e tive a felicidade de fechar os pontos decisivos", comentou cordialmente. Agora, ele se prepara para tentar o único grande título que falta em seu currículo, o Aberto da França em Roland Garros, em junho.
Na final de duplas masculinas, os holandeses Jacco Eltingh e Paul Haarhuis venceram Byron Black (Zimbábue) e Jonatham Stark (EUA), por 6/7 (3/7), 6/3, 6/4 e 6/3. Na chave feminina, as queridinhas da torcida Gigi Fernandez e Natalia Zvereva derrotaram as norte-americanas Patty Fendick e Meredith McGrath por 6/3, 4/6 e 6/4. No torneio juvenil, vitórias de Ben Ellwood no masculino e Trudi Musgrave entre as meninas, ambos australianos de 17 anos.
Com as vitórias de Sampras e Steffi Graf, que arrasou Arantxa Sanchez no sábado por 6/0 e 6/2, o cenário do tênis permanece o mesmo do ano passado. A dupla Sampras/Graf não tem culpa dessa monotonia. São tenistas que estão empurrando a arte de bater na bolinha com a raquete rumo à perfeição.

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