São Paulo, segunda-feira, 31 de janeiro de 1994
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Premiê francês tem apoio apesar da crise

FERNANDA SCALZO
DE PARIS

"Se Balladur está por cima é porque não tem uma oposição com credibilidade nem um candidato sério para enfrentá-lo", disse o presidente François Mitterrand, que tem, por sua vez, 42% de aprovação na mesma pesquisa. Além da evidente desmobilização da esquerda, incapaz de enfrentar a maioria absoluta de Balladur (que reúne os dois partidos de centro-direita, o seu RPR e a UDF), o primeiro-ministro conta ainda com a confiança da classe média.
Balladur nunca perde a oportunidade de declarar que "sim, a França vai muito mal, mas o pior já passou". É com esse mote que enfrenta o crescimento do desemprego (12% em novembro), única oposição efetiva ao governo. Sua prioridade é estabilizar a taxa, que pode atingir 13% no fim do ano.
Depois do sucesso das negociações do Gatt para os franceses (66% consideraram que o primeiro-ministro soube defender os interesses do país), Balladur alcançou o auge da popularidade e dois de seus ministros, Simone Veil, da Ação Social, e François Lyotard, da Defesa, lançaram na TV sua candidatura à presidência. O resultado foi um desconforto geral dentro do partido –presidido por Jacques Chirac, eterno candidato.
Balladur pediu aos ministros que não se manifestassem sobre as eleições presidenciais em maio do ano que vem e tem adiado o enfrentamento com Chirac. Uma pesquisa publicada no sábado passado mostra que, num primeiro turno, as intenções de voto para Balladur variam de 34% a 42% (sem Chirac entre os candidatos) e para Chirac de 13% a 31% (sem Balladur no páreo). (FS)

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