São Paulo, domingo, 2 de outubro de 1994
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CRONOLOGIA DA CAMPANHA

Veja abaixo um resumo dos principais fatos no período e as imagens mais marcantes da corrida pela sucessão presidencial
19 de abril de 1993 - Lula é o primeiro candidato a se lançar em campanha, com as "Caravanas da Cidadania". A primeira delas, de 19 de abril a 11 de maio, refaz seu trajeto de Garanhuns (PE), onde nasceu, à Baixada Santista (SP).
21 de abril - Plebiscito sobre forma e sistema de governo, realizado em todo o país, decide manter a República (com 66% dos votos) e o presidencialismo (55,4%).
21 de maio - Fernando Henrique Cardoso deixa o Ministério das Relações Exteriores e assume o cargo de ministro da Fazenda.
30 de setembro - Congresso aprova Lei Eleitoral (8.713/93). Entre outras medidas, a lei proíbe a distribuição de propaganda política no dia da eleição (art. 57, inciso 3º).
23 de fevereiro de 1994 - Congresso aprova, durante a revisão constitucional, a medida provisória que cria o FSE (Fundo Social de Emergência). O fundo retém 15% dos recursos que o governo, pela Constituição, teria de repassar a Estados e municípios. Vitória política de FHC, que considera a medida essencial para a implantação do real.
1º de março -Governo lança a URV (Unidade Real de Valor), indexador corrigido diariamente que servirá como base para a implantação do real quatro meses depois.
30 de março - O prefeito de São Paulo, Paulo Maluf (PPR), desiste de se desincompatibilizar para concorrer à Presidência.
2 de abril - Prazo final para a desincompatibilização dos ocupantes de cargos públicos que quisessem disputar a eleição. FHC deixa a Fazenda e Brizola, o governo do Rio.
4 e 5 de abril - Primeira pesquisa Datafolha feita após desincompatibilização dos candidatos mostra vantagem de 16 pontos percentuais de Lula sobre FHC (37% a 21%).
9 de abril - PMDB decide fazer prévias restritas para escolher seu candidato. A redução do colégio eleitoral favorece Quércia.
13 de abril - Lula negocia pontos polêmicos de seu programa de governo. Em reunião com o presidente da CNBB, d. Luciano Mendes de Almeida, diz que o projeto não tratará a questão do aborto.
18 de abril - FHC tenta vencer resistências no PSDB à aliança com o PFL. Já fora da Fazenda, reúne-se com Itamar e o ministro Rubens Ricupero. Defende a implantação do real em 1º de julho.
1º de maio - PT promove Encontro Nacional em Brasília. Referência ao aborto é retirada do programa. Proposta para dívida externa prevê contestação de acordo com credores e retomada das negociações.
3 de maio - Quércia é denunciado por estelionato ao Superior Tribunal de Justiça pelo Ministério Público, no inquérito sobre as importações de Israel durante sua gestão em São Paulo (1987 a 1991). Ele atribui a denúncia a "manobra política".
4 de maio - PSDB enfrenta problemas para a escolha do vice de FHC no PFL. O deputado Luís Eduardo Magalhães (BA), filho de ACM, e o presidente do PFL, Jorge Bornhausen (SC), são vetados. O escolhido é o senador alagoano Guilherme Palmeira.
Lula viaja para os EUA, onde se reúne com empresários. Afirma que vai rever os acordos da dívida.
9 de maio - FHC participa da solenidade do governo que anuncia implantação do real para 1º de julho.
11 de maio - Itamar manda tropas do Exército intervir na Polícia Federal, em greve há 50 dias. Planalto vê articulação da greve com fins eleitorais. Dos EUA, Lula recomenda prudência aos grevistas.
Decisão do Supremo Tribunal Federal permite aos micropartidos disputar a Presidência. O STF derrubou dispositivos da lei eleitoral que restringiam a participação dos partidos de acordo com sua representação na Câmara.
15 de maio - Sarney desiste de disputar a prévia do PMDB contra Requião e Quércia. Ela é vencida por Quércia, indicado candidato à Presidência. A abstenção é de 52% dos peemedebistas credenciados a votar.
18 de maio - PSDB oficializa candidatura de FHC em convenção em Contagem (MG). Tucano é vaiado ao se apresentar com seu vice. Quatro dias depois, PFL homologa a aliança, que inclui o PTB.
20 de maio - O STF não reabre o prazo de filiação partidária para candidatos –fechado em 9 de janeiro–, o que leva Sarney a desistir de disputar a eleição. Ele fecha acordo com FHC em troca de apoio a sua filha Roseana, candidata ao governo maranhense.
24 de maio - Lula usa carro de som do Sindicato dos Metalúrgicos do ABCD para fazer campanha na região, o que é proibido pela Lei Eleitoral. Ele afirma que o "justo e o legítimo" importam mais que a lei.
FHC usa a estrutura do Senado para sua campanha. Distribui agenda de viagem pelo fax do Senado. A Lei Eleitoral também proíbe uso de recursos públicos.
28 de maio - Candidatura de Brizola é homologada em São Paulo. Ele defende "reformas de base", repetindo o ex-presidente João Goulart (1961 a 1964).
30 de maio - Respondendo a Quércia, que disse que ele teria "mãos brancas", FHC afirma que é "mulatinho" e tem o "pé na cozinha". A declaração provoca protestos. Na mesma semana, no Nordeste, o tucano monta a cavalo e usa um chapéu de couro.
3 de junho - Caravana de Lula no DF é marcada pelas declarações do vice, José Paulo Bisol. Ele diz que "violência justifica violência" e que um povo tem "direito à revolução" se é "massacrado" pelo Estado.
13 de junho - FHC vai ao Nordeste. Em Canudos (BA), tem o auxílio da prefeitura para levar eleitores ao seu comício. Agenda do candidato prevê ida a Estados já visitados por Ricupero para divulgar o real.
20 de junho - Lula vai à África do Sul e se encontra com o presidente Nelson Mandela. Promete "governo de coalizão", se eleito. No fim da semana, na Alemanha, reúne-se com líderes do Partido Social-Democrata.
30 de junho - A Folha revela que Bisol apresentou emendas ao Orçamento de 95 superfaturadas em mais de US$ 8 milhões. Uma delas previa a construção de ponte que beneficiava sua fazenda em Buritis (MG).
1º de julho - O real é lançado. FHC, em campanha em Minas Gerais, afirma que sua candidatura vai "dar um salto".
5 de julho - Na primeira pesquisa Datafolha após o lançamento do real, a diferença entre Lula e FHC cai para 17 pontos (38% a 21%), o que levaria ao segundo turno. 62% acham que o real é bom para o país.
6 de julho - O ex-motorista da empreiteira Sérvia Otair Oliveira faz as primeiras denúncias contra Palmeira. O vice de FHC é acusado de propor emendas em favor da empresa.
10 de julho - Bisol é acusado de obter empréstimos privilegiados da Caixa Econômica do RS como deputado estadual, em 1983.
11 a 13 de julho - Enéas (Prona) empata pela primeira vez com Esperidião Amin (PPR), em 3%, segundo o Datafolha. Em 8 e 9 de agosto, Enéas oscilaria positivamente um ponto percentual em relação a Amin.
14 de julho - Novas denúncias apontam obtenção, por Bisol, de 16 empréstimos do Banco do Brasil em sete anos, com condições privilegiadas. A frente que apóia Lula decide mantê-lo como vice.
20 de julho - FHC tenta capitalizar o tetracampeonato –conquistado três dias antes pela seleção brasileira nos EUA– comparando o sucesso no futebol ao do Real. Usa em comícios a narração de uma partida imaginária, em que joga com Bebeto e Romário.

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