São Paulo, terça-feira, 4 de outubro de 1994
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Malufismo aposta no prefeito para chegar a 98

GEORGE ALONSO
DA REPORTAGEM LOCAL

Derrotado nas urnas, o malufismo aposta seu futuro político na imagem pessoal (e nas supostas sete vidas) do prefeito de São Paulo, Paulo Maluf –que, mesmo durante a atual campanha, já se anunciou candidato a presidente em 98.
``Só posterguei o meu sonho", imagina Maluf, que tenta suavizar o resultado do pleito deste ano. Ele viu seu presidenciável Esperidião Amin ser praticamente o ``lanterninha", quando o PPR não esperava tamanho tombo eleitoral.
Para tentar se recuperar do fracasso, a estratégia malufista concentra-se agora em tentar fazer da gestão na prefeitura paulistana um cartão-postal administrativo.
Isso significa tratar de entregar muitas obras à cidade e fazer com que elas possam servir de atestado de ``competência" –o jargão predileto dos malufistas.
Outra expectativa da cúpula do PPR se refere ao desgaste natural do futuro presidente. Seria como esperar, avaliam os malufistas, um novo ``efeito Erundina".
Logo após ser derrotado pela petista em 1988, Maluf disse –apostando então no fracasso administrativo do PT– que voltaria. Retornou vitorioso. Conseguiu se eleger prefeito pelo voto direto, após uma série que já parecia interminável de derrotas nas urnas.
As pretensões do PPR passam também pelo Congresso. Um dos entraves ao desejo malufista de surgir como opção real em 1998 é o tamanho de sua bancada.
Hoje com 66 deputados e 10 senadores, o PPR, admite Maluf, pode diminuir. ``Quem perde encolhe", avalia.
Em termos nacionais, embora participe de coligações em vários Estados, só no Amazonas e no Tocantins os candidatos do PPR que encabeçam chapa têm chance de vencer no primeiro turno.
Outro entrave para Maluf é o fato de não ter conseguido transferir votos para Amin nem em São Paulo. Maluf alega, porém, que ``há pessoas que têm eleitorado maior que o próprio partido".

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