São Paulo, terça-feira, 4 de outubro de 1994 |
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Serginho tem tática certa para o Santos
MATINAS SUZUKI JR.
Não tem mistério nenhum. O Santos conseguiu o excelente empate contra o Flamengo no Maracanã graças a uma maneira moderna e eficiente de a equipe jogar. O posicionamento da equipe em campo foi bastante correto. Além de Gallo e Cerezo bem plantados à frente da linha dos quatro zagueiros, os homens do ataque mostraram uma aplicação tática e uma mobilidade dignas do melhor futebol contemporâneo. Muito possivelmente, esta aplicação tática explique o fato de que, mesmo sem ser um time de craques excepcionais, o Santos tenha conseguido até agora um bom desempenho no Brasileiro. Muita gente procura explicar os bons resultados santistas por alguma força irracional, por alguma energia que o Serginho Chulapa passa a seus comandados no gramado, leavando-os a se superarem tecnicamente. Certamente, este fato ocorre. O estilo guerreiro de Serginho estimula os seus jogadores a terem coragem para enfrentar os adversários mais terríveis. Mas há também, e certamente com mais poder explicativo, as razões das lógicas organizacionais das táticas adotadas pelo Serginho e por seus guerreiros. Ranielli, enquanto esteve em campo, teve um posicionamento e uma aplicação impecável (e eu que tinha a imagem dele como um jogador habilidoso, mas um pouco apático). Jogando mais como ala-esquerda do que como o tradicional meia-esquerda a que estávamos acostumados, ele cobriu muito bem as subidas do Flamengo pelo flanco direito. E ainda foi à frente, para arriscar o seu forte chute e a sua habilidade para lançar. Aliás, pela direita, o incansável Índio continua sendo aquele jogador esperto, que vai-e-vem com regularidade. E ainda por cima fez o gol. Pelo meio, o Santos teve no Maraca, domingo, o seu melhor jogador. Paulinho Kobayashi, que jogou de atacante, de cabeça-de-área, de coordenador das jogadas ofensivas praieiras. Assim, o Santos pôde chegar ao empate e até administrá-lo no segundo tempo, depois que passou a pressão ofensiva inicial do Mengo. A receita do Santos está aí: um 4-4-2 variando para um 4-5-1, com muita aplicação dos jogadores na marcação e na ocupação dos espaços. Para um time sem as superestrelas do Palmeiras, do Corinthians e do São Paulo, nada mais eficiente do que este sistema de jogar. Parece que as lições de Carlos Alberto Parreira desenvolvidas na seleção brasileira foram bastante úteis para o Serginho Chulapa. Ele pôs o Santos inteiro para correr atrás da bola o tempo todo. E, melhor do que isto até, o elenco (que é bom, na média) parece ter assimilado com entusiasmo o posicionamento tático do time. Os resultados são o melhor prêmio para isto. O botafoguense Maurício Stycer ironiza. Com o passe de calcanhar que Marques deu para o Marcelinho marcar o terceiro gol do Corinthians, não tem mais jeito para ele. O Zagalo jamais vai convocá-lo. Texto Anterior: Carlão diz que falta determinação à equipe Próximo Texto: Apostem no Dallas Índice |
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