São Paulo, quinta-feira, 6 de outubro de 1994
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Estudante confessa ter matado a família

ISNAR TELES; JAIME AVENDANO
DA FOLHA VALE

O estudante Gustavo Pissardo, 21, confessou ontem à polícia ter matado cinco pessoas da família, em São José dos Campos e Campinas (SP), entre a madrugada de quinta e a manhã da última sexta.
Ele teria levado sete horas para matar a família –os pais Gumercindo, 46, e Adelaide, 49, a irmã Maria Paula, 18, e os avós paternos João e Antônia Pissardo.
A confissão foi feita ao delegado Luiz Ailton Vallias, antes de o estudante prestar depoimento, em São José. O delegado pediu ontem a prisão preventiva do estudante.
Caso Pissardo tenha a prisão decretada, ele será preso na cadeia pública de São José. O estudante disse não saber por que cometeu os crimes. Ele disse que estava sob efeito do remédio que lhe deram no hospital Policlin. O hospital disse que não era um alucinógeno.
O depoimento do estudante na delegacia foi tenso e marcado por contradições. Ele começou a depor às 15h e terminou às 16h20. Ele foi acompanhado do irmão Adriano, único sobrevivente da chacina.
Gustavo disse que havia chegado a sua casa, na zona sul de São José, com o pai, depois de ter sido levado ao hospital Policlin porque estava com dor de cabeça.
Segundo o estudante, ao chegar a sua casa foi dormir. Quando acordou, teria visto o pai assistindo TV na sala e teria ido ao quarto onde estavam a irmã e a mãe.
Gustavo disse que a primeira a ser morta foi a irmã, com dois tiros. A mãe gritou e teria recebido um tiro na cabeça. O pai foi morto com um tiro na nuca ao fugir.
Gustavo afirmou que pensou em se matar, mas não teve coragem. Ele seguiu para Campinas pela manhã para contar o que teria ocorrido aos avós.
Os avós teriam tentado avisar a família e também foram mortos com tiros na nuca. Nos crimes, Gustavo teria usado um revólver calibre 32, que pertencia ao pai.
Depois de matar os avós, o estudante teria voltado para casa e seguiu com a namorada para Caraguatatuba, onde passou o fim-de-semana. Gustavo teria voltado a São José na segunda e simulado ter achado os pais mortos.
*Colaborou JAIME AVENDANO, da Folha Vale.
LEIA MAIS sobre o crime à pág. 9

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