São Paulo, sexta-feira, 7 de outubro de 1994 |
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FHC diz não temer medida impopular
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA FHC disse ontem que não teme tomar medidas consideradas antipáticas num futuro combate à inflação. ``A medida mais antipática que há é a inflação".O virtual presidente afirmou que, quando ministro da Fazenda, não hesitou em tomar medidas consideradas impopulares. FHC vai assumir o governo com um rombo de R$ 10 bilhões no Orçamento da União de 1995. O número foi revelado pelo próprio FHC ontem. ``Se eu estou bem informado, o déficit do Orçamento do próximo ano é de R$ 10 bilhões. Isto tem que ser coberto", disse FHC. Segundo ele, a receita das privatizações é um dos mecanismos para tapar este buraco. Acrescentou, porém, que ``não gostaria que a privatização caminhasse para cobrir gastos correntes". Na entrevista, FHC defendeu o contrato coletivo de trabalho e a livre negociação salarial. ``Para mim, o quanto antes", afirmou. A Folha revelou ontem que a adoção do contrato coletivo de trabalho faz parte dos planos do governo FHC. O senador afirmou que ``acabar com a inflação é acabar com a indexação. Como queremos acabar com a inflação, temos que acabar com a indexação". FHC afirmou que, ``em tese", é favorável à privatização da Companhia Vale do Rio Doce. A estatal é o maior grupo de mineração do país. O tucano, no entanto, disse que não queria ``especular" sobre o assunto porque ``tudo isso tem efeito nas bolsas de valores". O virtual presidente eleito voltou a afirmar que é contra a privatização da Petrobrás. ``Agora, é possível flexibilizar o monopólio e ampliar a competição em algumas áreas", completou FHC. Bancos estaduais FHC afirmou ontem que, no seu governo, os bancos estaduais que não tiverem as contas em dia sofrerão arrocho. ``Não dá para continuar postergando", disse ontem em sua primeira entrevista após as eleições. Segundo ele, os bancos estaduais não podem ser ``um saco sem fundo". Texto Anterior: `Retirar o Estado é idéia, não realidade' Próximo Texto: Cerimonial Índice |
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