São Paulo, sexta-feira, 7 de outubro de 1994
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Inflação é a menor em 21 anos

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

A inflação fechou setembro em 0,82% em São Paulo. A taxa é um pouco superior aos 0,78% da terceira quadrissemana, mas registra o menor patamar de final de mês desde dezembro de 1973 (0,52%).
A inflação de setembro foi inferior à de agosto, quando os preços subiram, em média, 1,95% em São Paulo. A Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) divulgou os dados ontem.
Os alimentos foram os principais responsáveis pela redução da taxa. Após alta de 2,74% em agosto, caíram 0,27% em setembro. Os alimentos industrializados lideraram as baixas (queda de 2%).
A inflação de setembro só foi positiva devido à continuidade dos aumentos na habitação. A Fipe registrou elevação média de 3,88% no setor, com destaques para os aluguéis, que subiram 12,99%.
Ainda em habitação, o aquecimento da demanda provocou alta nos eletroeletrônicos (1,69%), aparelhos de imagem e som (3,25%) e mobiliários (2,53%).
A tendência de queda da inflação se reverte a partir deste mês. As pressões virão de carnes, feijão, vestuário, fim das promoções em supermercados e aluguel.
Juarez Rizzieri, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fipe, prevê para este mês taxa próxima a 2,5%. Ele, porém, descarta caráter explosivo da inflação deste último trimestre.
Rizzeri diz que o controle da inflação nas próximas semanas não estará nas mãos do governo. Nem as importações resolvem porque os produtos que pressionam a taxa estão mais caros no mercado externo, como é o caso da carne.
O economista da Fipe diz que a redução de apenas 2% nos combustíveis é muito pouco para compensar as acelerações de preços das próximas semanas.
Rizzieri diz que é preocupante executar uma plano de estabilização com aumento da demanda, expansão dos gastos públicos, expansão monetária e aumento da renda nominal do setor privado.

Alíquotas
O ministro da Fazenda, Ciro Gomes, reafirmou ontem que pode zerar o imposto de importação do feijão se atacadistas paulistas continuarem contendo estoques.
O ministro disse que as importações devem ser feitas sempre que houver especulação de estoques. Acrescentou que hoje pode decidir sobre a taxação de setores exportadores, o que incluiria insumos usados em higiene e limpeza.
Quanto ao aumento da carne, Ciro afirmou ser preciso ``paciência porque o reajuste é questão sazonal, agravado pela seca".
O ministro afirmou que não haverá redução nos preços das tarifas de energia elétrica. Os ganhos, disse, vão ser necessários ao saneamento financeiro do setor.
Ciro disse que poderá haver redução das tarifas de telefonia e dos correios.
Colaborou a Sucursal do Rio

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