São Paulo, sábado, 15 de outubro de 1994
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Membro de comitê renuncia

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Um dos integrantes do comitê que escolhe o vencedor do Prêmio Nobel da Paz renunciou ontem por causa da escolha de Iasser Arafat.
``Foi o único argumento que me restou já que o senhor Arafat não é, de maneira alguma, digno desse prestigioso prêmio", disse Kaare Kristiansen, 74, ao se explicar.
Kristiansen pertence ao Partido Democrata Cristão da Noruega e já ocupou a pasta de ministro do Petróleo e da Energia. Há anos é um defensor das posições de Israel.
``O passado dele está muito manchado de violência, terrorismo e derramamento de sangue e seu futuro é muito imprevisível para fazer dele um ganhador do Prêmio Nobel", disse Kristiansen sobre o líder palestino.
O presidente do comitê, Francis Sejersted, afirmou que o papel do comitê não é ``agir como juiz moral supremo".
``Não estamos avaliando a vida de nosso premiados e estamos plenamente conscientes do fato de que eles têm vivido e sido políticos ativos num ambiente caracterizado pela guerra, terror, sofrimentos e medo", disse.
Em 73, dois membros renunciaram contra a premiação do chanceler dos EUA Henry Kissinger e do negociador vietnamita Le Duc Tho. Em 1935, dois outros se desligaram com medo da reação alemã à premiação do prisioneiro antinazista Carl von Ossietzky.

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