São Paulo, domingo, 16 de outubro de 1994 |
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Menem inicia campanha rumo à reeleição
SÔNIA MOSSRI
O objetivo de Menem é conseguir a reeleição já no primeiro turno, avisa o secretário-geral do Partido Justicialista (peronista), Alberto Kohan. Principal coordenador da campanha de Menem, Kohan tem reuniões semanais com o presidente para discutir uma estratégia. Desde a primeira semana de outubro, a Secretaria de Meios de Comunicação da Presidência divulga nas emissoras de TV anúncios sobre o governo Menem. Paga pelo contribuinte argentino, a campanha será exibida até janeiro do próximo ano. Um dos filmes principais desta série, chamada ``Dia a Dia", tenta amenizar um dos efeitos sociais do programa de estabilização econômica implantado no governo Menem: o aumento do desemprego. Atualmente, a taxa de desemprego é de 10%, de acordo com o Ministério da Economia –o que representa mais de 1 milhão de desempregados. Kohan disse à Folha que o custo da campanha de Menem está estimado em US$ 25 milhões. Especialistas brasileiros em marketing político, como Duda Mendonça (que trabalhou na campanha do prefeito de São Paulo, Paulo Maluf), têm sido consultados pelo Partido Justicialista. ``A estabilidade econômica é o ponto principal da campanha", afirmou Kohan. A sete meses das eleições, pesquisas de intencão de votos realizadas no país por diferentes institutos de pesquisas indicam que 42% dos entrevistados pretendem votar em Menem, enquanto 23% ainda estão indecisos. Sondagem realizada na primeira semana de outubro pela empresa Punto de Contacto para o Partido Justicialista mostra que 60% dos argentinos consideram que Menem vai ganhar no primeiro turno. ``Chacho" Para ser eleito no primeiro turno, Menem precisa de 45% dos votos, ou pelo menos 40% dos votos e uma vantagem de dez pontos sobre o segundo colocado. A situação do presidente é confortável. O segundo candidato apontado nas pesquisas de intenção de voto, "Cacho" Alvarez, da Frente Grande, com cerca de 25%, ainda não conseguiu projeção nacional e concentra intenções de voto na Província de Buenos Aires. "Cacho" faz uma campanha com base na ética na política– denunciou irregularidades no governo Menem– e na proposta de manutenção do plano de estabilizacão argentino, mas com reducão dos custos sociais (desemprego e baixos salários). A Frente Grande considera que somente haverá segundo turno se conseguir uma aliança com integrantes da União Cívica Radical. A UCR enfrenta uma crise interna desde que o ex-presidente Raúl Alfonsín fez acordo com Menem para que uma reforma constitucional permitisse a reeleição do atual presidente. Federico Storani e Horacio Massaccesi, governador da Província de Rio Negro, disputam a candidatura presidencial pela UCR. "Cacho" Alvarez tenta atrair Storani para o seu partido. O ex-coronel golpista Aldo Rico, candidato do Modin (Movimento pela Dignidade e Independência), tem um dos maiores índices de rejeição em todo o país. Não chega a alcançar nem 5% das intenções de voto. Ex-líder dos militares ``carapintadas" na rebelião armada da Semana Santa de 1987 contra o então presidente Alfonsín, Aldo Rico disse à Folha que não afasta a possibilidade de fazer uma aliança com Menem. Texto Anterior: Nome: República Federal da Alemanha (unificada em 1990) Próximo Texto: 'Menemismo' é nova versão do peronismo Índice |
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