São Paulo, segunda-feira, 17 de outubro de 1994
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Médico entrega laudo sobre estudante hoje

DA FOLHA VALE

O psiquiatra Hélio Alves de Souza Lima entrega hoje para o advogado do estudante Gustavo Pissardo, 21, José Carlos de Oliveira, o laudo sobre rapaz.
O relatório levou 11 dias para ser elaborado e aponta as conclusões da equipe médica do instituto de psiquiatria Chuí, em São José dos Campos (SP), sobre o estado clínico do estudante.
Pissardo ficou internado por seis dias no Chuí e foi transferido na última terça-feira para a Casa de Custódia e Tratamento de Taubaté, presídio considerado de segurança máxima.
O laudo não é oficial e será usado por Oliveira na defesa de Pissardo. O advogado tenta provar a insanidade mental de Pissardo para reduzir a pena em até dois terços.
O relatório oficial será feito por psiquiatras da Casa de Custódia.
A Folha não teve acesso ao documento. O médico Souza Lima, que coordenou a elaboração do laudo, adiantou que Pissardo é um doente neuropsiquiátrico (com problemas orgânicos e psiquiátricos) de ``alta periculosidade".
Ele é citado como ``serial killer" –pessoa que comete assassinatos em série.
A equipe médica do Chuí se reuniu na última sexta-feira para elaborar o texto final do laudo. Segundo Souza Lima, o material foi datilografado no sábado e ontem seria revisado. Ele afirmou que o relatório possui 40 páginas.
Gustavo Pissardo confessou à polícia ter matado os pais, Adelaide, 49, e Gumercindo, 46, a irmã Maria Paula, 18, e os avós paternos João e Antônia Pissardo.
Os crimes aconteceram no dia 30 de setembro em São José e Campinas. Todos foram mortos com tiros na cabeça. O estudante teria coberto os corpos com cobertor e simulado um assalto.
Pissardo disse que teve intenção de matar a sua tia Maria Helena Pissardo Rosseto, mas teria desistido no caminho.
Após os crimes, Pissardo foi passar o final de semana em Caraguatatuba com a namorada Maria Cristina Salles.
Ela disse que Pissardo não apresentou nenhuma reação fora do normal durante o passeio. ``Ele agiu como se nada tivesse acontecido", disse Maria Cristina.

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