São Paulo, quinta-feira, 20 de outubro de 1994
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Clinton propõe a FHC incício de diálogo

CLÓVIS ROSSI ; CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
ENVIADO ESPECIAL A MOSCOU

O presidente norte-americano, Bill Clinton, sugeriu ontem a seu futuro colega brasileiro, Fernando Henrique Cardoso, a abertura de um diálogo entre integrantes das respectivas equipes de governo.
FHC achou boa a idéia, mas disse a Clinton que precisava antes consultar o atual presidente brasileiro, Itamar Franco.
A sugestão de Clinton foi feita em telefonema para a embaixada brasileira em Moscou, na qual se hospeda o presidente eleito do Brasil desde que chegou, na noite de domingo, à capital russa.
Conversaram por cerca de 12 minutos, a partir de aproximadamente 17h (12h em Brasília).
O pretexto inicial foi o óbvio: cumprimentar Fernando Henrique Cardoso pela vitória eleitoral. Mas Clinton estendeu-se algo além do puro protocolo ao manifestar o desejo de que as duas administrações cooperem estreitamente em assuntos internacionais.
Os dois não chegaram a acertar um encontro pessoal, mas Clinton se disse disposto ou a enviar um representante norte-americano a Brasília ou a receber, em Washington, um delegado de FHC, exatamente para abrir o diálogo entre as respectivas equipes.
Depois que desligou, o presidente eleito brasileiro telefonou para Itamar Franco, para transmitir o teor da conversação.
O telefonema de Clinton torna praticamente obrigatória a ida de FHC a Washington, no final de novembro, época em que pretende fazer um giro por algumas das principais capitais do mundo.
Antes de ligar para FHC, Clinton também telefonou para o presidente Itamar Franco para elogiar o processo eleitoral brasileiro.
Logo após a conversa entre Clinton e FHC, o assessor especial da Casa Branca Thomas McLarty telefonou para o embaixador do Brasil em Washington, Paulo Tarso Flecha de Lima.. Disse que Clinton ficou "extremamente satisfeito" com a conversa.
Clinton havia tentado falar com FHC duas vezes desde a eleição de 3 de outubro. Mas problemas de agenda dos dois presidentes impediram a conversa.

Colaborou CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA, de Washington

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